O fim de semana prolongado ficou marcado pelos casos da falta de obstetras em vários hospitais do país. São de destacar os casos das Caldas da Rainha, Lisboa e Vale do Tejo e do Hospital de Braga, que inclusivamente não teve pessoal suficiente para abrir a urgência da especialidade no domingo.
A reforma dos obstetras mais velhos, a falta de capacidade para atrair médicos e o desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), são alguns dos fatores apontados pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal (SPOMMF), Nuno Clode, à TSF.
A falta de obstetras já é uma preocupação presente na vida de diretores de serviço, obstetras e administradores hospitalares. Não é por “falta de se ter avisado a tutela”, que estes problemas surgiram, segundo explicou Nuno Clode.
Além de encerramentos de serviços, os hospitais da zona de Lisboa e Vale do Tejo, através da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, já avisaram que a situação ainda se vai fazer sentir no início desta semana.
A falta de obstetras terá levado, na semana passada, a um acontecimento mais grave, em que uma grávida perdeu o bebé no hospital das Caldas da Rainha. A Agência Lusa apurou que o Ministério da Saúde tem conhecimento que a urgência do Centro Hospitalar do Oeste estava desviada para outros pontos.
As unidades de obstetrícia ficam sobrecarregadas, já que estão somente preparadas para receber os seus partos, não aqueles que partem dos restantes hospitais. Nuno clode alertou, na TSF, para os casos Lisboa Norte, Santa Maria, Lisboa Central e da maternidade Alfredo da Costa, “que são e já eram centros de referência para situações mais complicadas e agora vão ter de resolver tudo o que lhes acontece à volta”.
Foram cinco, os hospitais cujas urgências de obstetícria estiveram encerradas durante os últimos dias. Foi convocada uma reunião, com a presença da ministra da Saúde, para esta manhã, que contará com a presença dos diretores clínicos dos principais hospitais afetados.
13 de junho 2022