Um estudo feito por duas universidades norte-americanas, em conjunto com um hospital especializado em oftalmologia na China, relacionaram a falta de exposição à luz natural, ao aumento do número de casos de miopia em crianças.
As pessoas míopes conseguem ver bem a pequenas distâncias, mas têm dificuldade em ver objetos ao longe. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que metade da população mundial possa vir a ter miopia em 2050. Apesar de a miopia ser também uma condição genética, os responsáveis por este estudo mostram que a falta de momentos de exposição à luz natural no exterior, como passeios ou brincadeiras no exterior, diminui a capacidade da nitidez da visão à distância.
As universidades responsáveis pelo estudo foram a Emory University, em Atlanta no estado da Geórgia, e Ann Arbor, no Michigan, ambas nos Estados Unidos, em conjunto com a Tianjin Medical University Eye Hospital, na China.
A falta de experiências ao ar livre e brincadeiras na rua, situação agravada pela pandemia e consequente confinamento, têm também consequências também a nível da visão, com o aumento dos casos de miopia em crianças.
Um outro estudo canadiano, que analisou o comportamento de crianças à volta dos oito anos de idade durante a pandemia, concluiu que passam, em média, cinco horas por dia em frente a ecrãs exclusivamente por razões de entretenimento. Fora deste número de horas está o tempo em que assistem às aulas à distância.
A falta de exposição à luz externa possui uma influência significativa no formato do olho, o que afeta diretamente a capacidade de ver imagens com nitidez.
A preocupação dos investigadores vai além da necessidade que as crianças têm de usar óculos para corrigir a visão. Pessoas com miopia têm maior probabilidade de desenvolver complicações que ameaçam a visão a longo prazo, como cataratas, glaucoma e degeneração da mácula, o centro da retina.
7 de maio 2021