Um artigo publicado na revista científica Galileu, sobre um estudo apresentado na Associação Americana de Anatomia, partilhou uma recente descoberta feita acerca do Transtorno do Espetro do Autismo (TEA). Os investigadores identificaram alterações cerebrais em fetos, com cerca de 25 semanas de gestação, associadas ao desenvolvimento futuro do autismo.
As imagens foram obtidas via ressonância magnética. Indivíduos que se inserem no espetro do autismo tendem a apresentar dificuldades em processos comunicativos, cognitivos, de consciência e perceção emocional, e a sua causa permanece um mistério.
Segundo a Galileu, Para efeitos desta investigação foi realizada uma análise retrospetiva de imagens de ressonâncias magnéticas de 39 crianças atendidas no Hospital Infantil de Boston, no estado do Massachusetts, nos Estados Unidos da América.
“Dado que muitos fatores genéticos e ambientais podem afetar o surgimento do Transtorno do Espetro do Autismo nos estágios fetais, é ideal identificar a primeira assinatura de anormalidades cerebrais em pacientes com autismo em perspetiva”, explicou Alpen Ortug, investigadora da Escola de Medicina de Harvard e a principal autora do estudo que analisou alterações cerebrais.
Entre os casos analisados, nove crianças foram diagnosticadas com autismo durante a infância, 20 eram neurotípicas e 10, apesar de não sofrerem de Transtorno do Espetro do Autismo, apresentaram problemas de saúde comuns a autistas. Durante o estudo, os investigadores usaram um software com método de rotulagem anatómica automatizada, conhecido por ser uma espécie de ‘atlas’ do cérebro humano, de modo a comparar os segmentos cerebrais nas 39 imagens.
Nos nove bebés que foram diagnosticados com autismo, o lobo insular registava um maior volume relativamente a outros durante a gestação. A ínsula é uma região profunda do cérebro associada à consciência preceptiva, comportamento social e tomada de decisões. Os cientistas acreditam que este estudo pode ajudar a permitir o diagnóstico precoce do autismo.
8 de abril 2022