O aumento do número de casos e mortes de crianças, por infeção bacteriana, no Reino Unido, está a preocupar as autoridades de saúde do país. O número de fatalidades já subiu para 16, em cerca de 30 mil casos suspeitos de escarlatina, amigdalites e infeções provocados pela Strep A, durante os últimos três meses.
As bactérias estreptococos do grupo A nem sempre resultam em doenças, e quando o fazem, a maioria é frequente e comum. Quando isso ocorre, a bactéria provoca grande parte das amigdalites que surgem na infância e pode ainda causar outras infeções, como a escarlatina, que é tratada com antibióticos, desde que o diagnóstico seja atempado.
No Reino Unido, este ano e no que toca a crianças entre os um e os quatro anos de idade, registaram-se 2,3 casos de infeção bacteriana invasiva por cada cem mil, um número mais de quatro vezes superior ao que acontecia antes da pandemia. Os casos fatais são raros, mas o aumento de número de mortes durante dezembro está a preocupar autoridades de saúde e famílias.
Foi lançado um apelo aos pais, para que estejam atentos aos sintomas. Estes incluem febre, dores de garganta, dores musculares ou erupções na pele. A doença é transmitida pelo contacto próximo com alguém infetado.
Uma das principais razões apontadas para este fenómeno é a possibilidade de os confinamentos provocados pela pandemia da Covid-19 terem diminuído a imunidade a diferentes tipos de bactérias, o que permitiu que a infeção grave se desenvolvesse com maior facilidade, em crianças.
Ainda em relação aos casos britânicos, nenhuma das crianças vítimas da infeção morava perto de uma das outras ou tinham qualquer tipo de relação, pelo que parece não existir nenhum tipo de cadeia de transmissão. O aumento do número de mortes devido à infeção grave por estreptococos do grupo A tem estado associado a uma maior circulação da bactéria.
22 de dezembro 2022