Um estudo conduzido por uma equipa de investigadores da Universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos da América, mostrou que mais de 15% das crianças atendidas e tratadas em clínicas ligadas ao Hospital Infantil da cidade de Filadélfia, durante o período de Covid-19, eram obesas. Uma questão que liga a falta de sono verificada na pandemia à obesidade infantil.
Quando comparado com valores registados em 2019, de 13,7%, registou um aumento de cerca de dois pontos percentuais. Este aumento foi transversal a todas as faixas etárias, variando de 1% entre os adolescentes de 13 e 17 anos a 2,6% nas crianças de 5 a 9 anos.
Outro estudo norte-americano, da Pennington Biomedial Research Center, mostrou que a cada hora adicional de sono em crianças de 3 a 5 anos, houve redução de 0,48 do IMC. Além do consumo excessivo de alimentos calóricos e do sedentarismo, a falta do sono é um fator de risco para a obesidade infantil.
O tempo a mais que as crianças passaram acordadas foi passado maioritariamente em frente a um ecrã de computador ou smartphone, depois de horas de tele-escola e ensino remoto. Os investigadores apontam também para o facto de, se estamos a dormir menos, o organismo entende que a pessoa está numa situação de stress, o que faz com que seja produzida em demasia a hormona que aumenta o apetite.
Além da recuperação da falta de sono, as recomendações dos especialistas para evitar a obesidade infantil incluem a manutenção de uma alimentação e equilibrada, com horários para as refeições, preferência por alimentos não ou pouco processados e a prática de exercício físico, que também contribui para noites de sono de maior qualidade.
Em Portugal, a prevalência do excesso de peso e da obesidade infantil baixou em todas as regiões do país, entre os anos de 2008 e 2019. Ainda assim, o problema ainda atinge 30% das crianças portuguesas.
7 de dezembro 2021