Grande parte dos países, a nível global, não disponibiliza dados suficientes sobre o bem-estar das suas crianças e jovens. O alerta é de um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), divulgado durante a semana passada.
A OCDE sublinha a importância destes dados para que sejam postas em prática políticas eficientes. Apesar de esta recolha de dados ter melhorado consideravelmente nos últimos anos, as informações continuam a ser poucas e limitadas. O relatório da OCDE, “Medir o que é importante para o bem-estar das crianças e políticas”, refere também que há muitas áreas da vida das crianças que não estão abrangidas ou, em alguns casos, não estão abrangidas de todo pelos dados internacionais”.
A OCDE considera que são quatro as áreas que formam um “enquadramento aspiracional”, que os países deviam seguir para garantir o bem-estar infantil: acesso a recursos materiais, estado de saúde e desenvolvimento físico, aspetos sociais, emocionais e culturais e aqueles relacionados com a educação e desenvolvimento cognitivo.
Normalmente, só nesta última área é que os dados tendem a estar disponíveis, pelo menos de forma acessível. “Algumas dimensões das vidas das crianças têm uma cobertura melhor do que outras nos dados internacionais”, sublinha a organização.
De maneira geral, a escassez de dados aplica-se sobretudo aos primeiros anos de vida da criança. Além desta faixa etária, existem também grupos específicos sobre os quais a informação disponível é insuficiente, como as crianças em posições marginalizadas, com deficiências, institucionalizadas, em contexto familiar de violência ou em situação de sem-abrigo.
Perante estas condicionantes, a OCDEalerta para a necessidade de serem executadas ações governamentais e por parte de organizações internacionais, para melhorar a disponibilização de dados que permitam comparar países.
A OCDE refere a necessidade de preencher lacunas específicas, como o contexto familiar das crianças, a sua saúde, perceções e confiança relativamente à sua identidade, pessoal, de género, social e cultural, ou as aprendizagens em áreas além da leitura, matemática e ciência, que já são as mais frequentemente analisadas.
5 de julho 2021