Uma oficina de brinquedos criada pela Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) e gerida por um dos voluntários da associação, adapta, de forma gratuita, os objetos para crianças com deficiências motoras.
A Oficina do Brinquedo surgiu como ideia em 2012, mas foi com o voluntário Sílvio Mota que a adaptação de brinquedos para crianças com deficiência motora passou a ser feita com mais frequência. Esta oficina de recuperação de brinquedos funciona às terças ou quintas, no Centro de Reabilitação da APPC.
À Agência Lusa, Sara Brandão, técnica ocupacional e responsável pela oficina de brinquedos, disse que a ideia surgiu da necessidade de os brinquedos serem acessíveis e permitirem a participação de todas as crianças.
Segundo explicou a responsável, “tendo as nossas crianças dificuldades motoras e de acesso a botões mais pequeninos, desenvolvemos este projecto, que permite a adaptação do brinquedo para que ele seja accionado por um switch [botão] por qualquer criança com a mão, joelho ou o que for necessário”.
Segundo Sara Brandão, os brinquedos adaptados disponíveis no mercado têm um custo mais elevado. A APPC trabalha com cerca de 250 crianças, em regime de intervenção precoce. A responsável contou também que o projeto tem vindo a crescer consoante as necessidades.
Sílvio Mota, de 62 anos, antigo técnico numa empresa de ar condicionado, cede as suas competências técnicas à oficina. À Lusa, disse que a sua função “é reparar e adaptar os brinquedos” durante as três manhãs que passa na associação. Apesar da pandemia, Sílvio Mota estima que entre “reparações e adaptações” já interviu em cerca de uma centena de brinquedos”.
A verdade é que esta ação contribui para a autonomia e inclusão de muitas crianças, o que torna Sílvio num verdadeiro Pai Nata, que além dos ursos de peluche também intervém em cadeiras e outros equipamentos quando necessário.
22 de dezembro 2021