A OMS (Organização Mundial da Saúde), que já tem vindo a reforçar esta questão, reforça claramente que não foi encontrada relação entre os casos de hepatite aguda em crianças e a vacina contra a Covid-19. Da mesma forma, informa que também não foi encontrada qualquer ligação a um alimento ou medicamento, até ao momento.
Na semana passada, Philippa Easterbrook, especialista da OMS disse que “as causas permanecem sob investigação profunda. Estamos a analisar uma série de fatores subjacentes, infecciosos e não infecciosos, que podem estar a causar os casos” de hepatite de origem desconhecida.
Como já foi noticiado, a presença dos vírus que causa os diferentes tipos de hepatite (A, B, C, D e E), não foi notada, assim como também se excluiu a presença de bactérias que causam gastroentrite em crianças.
Philippa Easterbrook destacou que “não há nada que indique uma relação com a vacina contra a Covid-19, uma vez que uma grande maioria das crianças (em que a doença foi detetada) não receberam esta vacina”.
A especialista da OMS adiantou que está a ser estudada uma possível ligação entre esta hepatite e o adenovírus, já que este foi detetado em pelo menos um terço dos casos. Os adenovírus são um grupo de vírus muito comuns que são transmitidos entre pessoas e que muitas vezes causam infeções do sistema respiratório e digestivo, particularmente em crianças.
Ainda assim, referiu também que o adenovírus não é tipicamente responsável por sintomas tão graves como os que se têm notado nas crianças afetadas. Os doentes têm entre um mês e 16 anos de idade, sofrendo de sintomas como dor abdominal, diarreia, vómitos, amarelamento da pele e têm um alto nível de enzimas hepáticas.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) criou uma task force de “acompanhamento e atualização” do surto mundial de hepatite em crianças. A DGS revelou em comunicado, que o caso suspeito em Portugal, de uma criança internada no Hospital de São João no Porto, tem um diagnóstico de gripe A.
A task force de acompanhamento à hepatite terá como missão acompanhar e atualizar a situação internacional e avaliar o risco a nível nacional.
2 de maio 2022