Na perspetiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinar crianças não é uma prioridade. As palavras são da especialista em vacinas da OMS, Kate O’Brien: dado o suprimento global limitado de doses, a vacinação das faixas etárias mais jovens não é, nem deve ser prioritária para os governos e entidades de saúde nacionais.
Depois do apelo do Centro Europeu para o Controlo de Doenças, também a OMS disse que as crianças não devem ser o foco dos programas de vacinação contra a Covid-19, mesmo que os países mais ricos já consigam adquirir doses para imunizar crianças. O apela da entidade global foi feito em conferência de imprensa.
“As crianças têm um risco (a) muito baixo de contrair a Covid”, declarou Kate O’Brien, pediatra e diretora do departamento de vacinas da OMS. A justificação para imunizar crianças era interromper a transmissão, em vez de protegê-las de adoecer ou morrer.
A responsável da OMS defende que neste momento, o mundo passa por um momento difícil, quando o fornecimento de vacinas não é igual para todos. É fundamental garantir que, a nível global, profissionais de saúde, idosos e pessoas com doenças de risco, sejam vacinadas primeiro.
Canadá, Estados Unidos e alguns países da União Europeia, recentemente, deram luz verde a algumas vacinas para crianças dos 12 aos 15 anos, à medida que se vão aproximando das suas metas de vacinação para adultos. Tedros Ghebreyesus, diretor da OMS já fez um apelo, para que países ricos doem doses a países pobres, antes de vacinarem crianças e adolescentes. Menos de 1% das vacinas já administradas foram atribuídas a países pobres.
O’Brien disse que será apropriado imunizar crianças, “no devido tempo, quando o fornecimento aumentar muito mais substancialmente”, e acrescentou que não é necessário vacinar as crianças antes do regresso à escola, desde que os adultos em contacto com elas estejam imunizados.
4 de junho 2021