A Ordem dos Enfermeiros (OE) defendeu ontem que sera prudente esperar por mais informação científica no que diz respeito aos benefícios e efeitos e médio e longo prazo da vacinação de crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos.
No fim da reunião com especialistas do Infarmed, a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que caso o parecer da Direção-Geral da Saúde (DGS) seja positivo, a vacinação dos 16 aos 18 anos e dos 12 aos 15 anos, arrancará em agosto.
A OE enviou um parecer à DGS onde se refere que “considerando a evidência científica à data e ponderado o facto de que os benefícios para o grupo etário pediátrico saudável parecem ser limitados, entende-se ser prudente aguardar por uma maior e mais robusta evidência científica quanto aos benefícios e efeitos a médio e longo prazo”, antes de avançar com a inoculação.
A Ordem dos Enfermeiros sublinhou que neste momento a prioridade deve continuar a ser a vacinação de pessoas com mais de 18 anos, o mais rapidamente possível, face à evolução recente da situação epidemiológica.
Este parecer foi emitido depois de ser ouvido o Colégio de Especialidade em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica. Os especialistas consideraram que no caso de crianças com 12 ou menos anos e com co-morbilidades associadas a risco elevado para a Covid-19, devem ser aconselhadas à vacinação pelo profissional responsável pelo seu acompanhamento.
O OE alegou também que a informação conhecida neste momento não existem dados suficientes sobre o impacto da vacinação de adolescentes, para a transmissão do vírus. Foi também referido que a atual campanha de vacinação já ajuda a proteger os mais novos.
Em Portugal as opiniões continuam divididas, enquanto que em alguns países europeus, como a Irlanda, a vacinação vai avançar com o consentimento dos pais que o desejem.
28 de julho 2021