Um estudo que está a ser desenvolvido por investigadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos da América está a começar a provar o potencial das células do sangue do cordão umbilical de um irmão na melhoria da função motora de crianças com paralisia cerebral.
A paralisia cerebral é a perturbação motora mais frequente na infância, estando associada a lesões neurológicas que ocorrem durante o desenvolvimento do sistema nervoso. Uma perturbação que pode ocorrer tanto antes como após o nascimento.
A investigação norte-americana, que deu agora a conhecer os resultados de um ensaio clínico de fase 1, estuda o potencial das células do cordão umbilical de origem fraterna, como uma abordagem terapêutica inovadora para o tratamento de crianças com paralisia cerebral.
Neste ensaio clínico de fase 1, participaram 15 crianças com paralisia cerebral, com idades compreendidas entre 1 e 6 anos, que tinham disponível uma amostra de sangue do cordão umbilical de um irmão, total ou parcialmente compatível. A amostra foi recolhida através de armazenamento prévio num banco de células estaminais, uma prática que se tem vindo a tornar mais comum.
O tratamento das crianças participantes com paralisia cerebral, consistiu simplesmente na administração do sangue do cordão umbilical, previamente descongelado, por via intravenosa, durante cerca de 15 minutos.
O potencial que estas células apresentam como abordagem terapêutica já não é novidade. À Sapo, Bruna Moreira, investigadora da Crioestaminal, disse que “em 2017, o mesmo grupo de investigadores já tinha reportado melhorias significativas em crianças pequenas com paralisia cerebral, após infusão do seu próprio sangue do cordão umbilical, armazenado à nascença.”
Muitas crianças não tinham esta opção disponível por não terem uma unidade de sangue do cordão umbilical armazenada, o que levou os investigadores a avaliar a segurança da administração de sangue do cordão umbilical proveniente de um irmão ou irmã.
15 de julho 2021