Pediatras pedem cuidados extra a quem contacta com crianças e bebés, como lavar as mãos e usar máscara se tiver sintomas de gripe e constipação. Nas últimas semanas, as doenças respiratórias em bebés estão a causar enchentes em urgências e internamentos hospitalares.
Em declarações à Agência Lusa, o coordenador de Pediatria Médica do Hospital D. Estefânia, em Lisboa, Luís Varandas, e o pediatra Manuel Magalhães da Unidade de Pneumologia pediátrica do Centro Materno Infantil do Norte (CMI) relataram nesta segunda-feira que as urgências estão cheias e há muitas crianças internadas com o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável pela maioria das bronquiolites.
Apesar de ser uma situação normal para esta altura do ano, mais cuidados por parte dos cuidadores e familiares podem evitar episódios mais sérios de doenças respiratórias em bebés, que podem levar ao internamento. Ainda assim, os pediatras admitem que o pico de infeções ocorreu mais cedo do que é habitual, “no centro Materno Infantil do Norte, desde meio de outubro que temos persistentemente todos os dias acima de 10 camas ocupadas com bebés com bronquiolite pelo VSR”.
Perante esta realidade, os pediatras apelam à adoção de medidas preventivas não farmacológicas, como as utilizadas durante a pandemia: lavar as mãos regularmente, usar máscaras caso a pessoa tenha sintomas gripais e fazer a limpeza e o arejamento dos espaços.
Os pediatras aconselham a que os pais não levem os filhos para centros comerciais ou espaços fechados, onde os vírus circulam “muito mais intensamente”, preferindo antes passear ao ar livre: A temperatura do ar e o frio não faz ficar doente”.
O VSR obriga a que os bebés fiquem no mínimo uma a duas semanas em casa e, durante esse período, muitas vezes, têm de ir várias vezes às urgências, o que obriga os pais a faltarem ao trabalho. Com sintomatologia leve não vale a pena ir ao hospital, já que correm o risco de apanhar outra infeção respiratória.
20 de dezembro 2023