O parecer de especialistas que recomendou a vacinação de crianças entre os cinco e os onze anos contra a Covid-19, por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS), é confidencial e não pode ser divulgado. Em declarações ao Público, Luís Graça, membro da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19, referiu não poder discutir as conclusões, apesar de considerar que esta informação deveria ser divulgada.
Ainda assim, o especialista em imunologia garantiu que o parecer dos especialistas não contradiz o que foi elaborado pela Comissão Técnica de Vacinação, nem os contributos dos pediatras e outros especialistas em saúde infantil. Consulte a nota técnica, aqui.
Ainda segundo o jornal Público, Luís Graça sublinhou que a prioridade é a vacinação das crianças com fatores de risco, como doença crónica, mas que a análise dos especialistas confirmou os benefícios de inocular crianças saudáveis.
O PSD e a Iniciativa Liberal já apresentaram requerimentos na Assembleia da República, dirigido a Marta Temido, ministra da Saúde, a pedir a divulgação dos pareceres.
À SIC Notícias, o primeiro-ministro, António Costa, destacou também o papel da vacinação de crianças na prevenção de interrupções das aulas e de encerramentos dos estabelecimentos de ensino. O primeiro-ministro disse que a vacinação das crianças deverá começar pelas que têm 11 anos e, progressivamente, avançar até às de 5, num calendário que será apresentado no final da semana. Espera-se um anúncio nesse sentido durante o dia de hoje.
As crianças deverão receber cerca de um terço da dose dada a adultos e adolescentes a partir dos 12 anos, e tal como nestes grupos, serão dadas duas doses com cerca de três semanas de intervalo.
O número de crianças infetadas tem vindo a aumentar, mesmo que nos mais novos a doença exista maioritariamente de forma ligeira. a DGS não deixa de notar, contudo, que com vacinação ou não, podem existir formas graves de Covid-19 em crianças.
10 de dezembro 2021