Sabia que viver com crianças na mesma casa, pode impedir que adoeça com Covid-19? Foi o que apurou um estudo realizado por especialistas do NHS (serviço nacional de saúde britânico), na Escócia.
Concluiu-se que os agregados familiares com crianças com menos de 11 anos, apresentam menor risco de contraírem Covid-19. Também apresentam um menor risco de necessitarem de internamento hospitalar devido à doença provcada pelo SARS-CoV-2.
Viver com crianças protege contra coronavírus
Como já se tem vindo a verificar, os mais pequenos apanham o coronavirus nas escolas e creches, incluindo outros vírus mais sazonais, tais como a gripe, entre outros.
Este estudo verificou que os adultos que co-habitam com crianças, sobretudo com menos de 11 anos, já estão mais preparados para épocas “víricas”. Ainda que não exista suporte científico, parecem também eles mais resistentes.
A pesquisa, que ainda não foi revista pelos seus pares, detetou que, por outro lado, em agregados familiares com crianças maiores de 12 anos já não se registava uma diminuição no risco dos adultos ficarem infetados com o SARS-CoV-2, mesmo comparativamente a lares sem crianças.
Esta pesquisa analisou os agregados familiares de mais de 300 mil funcionários do serviço nacional de saúde britânico, a trabalharem e viverem na Escócia. Todos eles com profissões ligadas ao serviço de saúde público.
O risco de hospitalização devido à pandemia ficava ainda mais reduzido, se na mesma casa habitassem uma ou mais crianças dentro da faixa estária considerada.
A virologista Grace Roberts, da Queen’s University Belfast, na Irlanda do Norte, mencionou que podem existir outros fatores que expliquem os dados apurados, sobretudo o menor risco de Covid-19 em adultos que habitam com crianças menores de 11 anos.
Grace Roberts explicou que a idade e doenças como a diabetes, doença renal e outras, podem ser fatores determinantes no grau de gravidade dos infetados com Covid-19. A especialista explicou que, à partida, a maioria das pessoas com estes problemas são mais velhas, já sem crianças pequenas a cargo.
O facto de muitos pais terem profissões a part-time, mesmo na área médica, como é o caso da amostra deste estudo, pode também ajudar a suportar estes dados.
14 de outubro 2020