Qual é o museu mais próximo de sua casa? Que objetos contém? Nunca o visitou?! Talvez seja altura de agarrar nos miúdos e ir explorá-lo em família… saiba porquê.
A questão no fundo é: proporciona experiências suficientes aos seus filhos? Ou deixa-os entreter-se com a TV ou brinquedos (que serão provavelmente muitos, senão demasiados)?
Mas antes de falarmos de experiências e dos possíveis benefícios que aquelas possam trazer ao seu filho, coloca-se uma questão: são mais importantes os brinquedos ou as experiências? Bem, tudo indica que as experiências são muito mais favoráveis ao seu filho do que os brinquedos.
Thomas Gilovich, um docente e investigador de psicologia na Universidade de Cornell, EUA, dedica-se ao estudo do impacto das experiências, comparativamente à aquisição de bens materiais sobre os seres humanos.
Segundo o investigador, “compramos coisas que nos fazem felizes, e funciona. Mas apenas por pouco tempo. As coisas novas fascinam-nos no início, mas depois adaptamo-nos a elas”. E o autor defende que pelo facto de nos adaptarmos aos objetos, estes acabam por deixar de ter o impacto inicial na nossa felicidade.
As experiências tornam-se parte de nós, ao contrário dos bens materiais. “Somos a soma total das nossas experiências”, acrescenta ainda Thomas Golovich.
Para os adultos, a partilha de experiências é muito importante. Para as crianças é ainda muito mais, sendo que esta partilha contribui para o desenvolvimento psicológico saudável das mesmas.
O seu filho, no futuro, irá lembrar-se do parque por onde correu todo feliz, do restaurante onde havia um lago de carpas ou da viagem de avião que, apesar de aborrecida, teve muitos momentos hilariantes em família. E os brinquedos? Bem, talvez um dia se lembre do peluche preferido… mas pouco mais. Pense na sua infância.
Os momentos partilhados em família, seja a cozinharem, seja a visitarem um país distante ou a participarem todos numa oficina, irão ter um impacto muito positivo nos miúdos, pois proporcionam experiências únicas de fortalecimento dos laços familiares.
As experiências partilhadas em família promovem:
- Menos problemas comportamentais nas crianças, pois uma maior proximidade familiar é extremamente benéfica em todos os sentidos, promovendo um maior sentido de identidade e de segurança na criança;
- As experiências são educativas: uma simples ida ao parque poderá tornar-se numa agradável aula de biologia, por exemplo; uma ida ao museu, a participação numa oficina, para além de outras, irão desenvolver novas competências e saberes nas crianças;
- Melhor desempenho e resultados escolares: como pode ver no item acima, aprender a brincar, despertar a curiosidade … existe melhor forma de motivar o seu filho para a escola?
- As experiências tornam as crianças mais ativas: sair de casa, seja para que experiência for, tornará o seu filho muito mais ativo fisicamente do que deixá-lo ficar por casa agarrado aos tablets ou à televisão;
- As experiências tornam as crianças menos centradas nelas próprias; a partilha de experiências desenvolve nas crianças o saber estar em grupo, o ajudar, o partilhar;
- As memórias perduram; como tínhamos mencionado acima, as experiências são parte do que somos e vão-nos proporcionar memórias que perduram; mesmo as más experiências podem ser o motivo de boas gargalhadas após algum tempo.
Por isso, se no próximo fim de semana chover, não fique dentro de casa com os miúdos. Vá visitar com eles o museu local. Porque não? Ou ponham todos as galochas, desafiem a chuva e vão saltar nas poças de água. Lembre-se das suas brincadeiras em crianças e de como se divertia com coisas simples, como um passeio pelo parque ou uma corrida pela praia.