O Sapateiro e os Duendes é um conto cheio de magia, graças a duas pequenas criaturas míticas: os duendes. Foi escrito pelos irmãos Grimm e, como os contos em geral, transmite valores muito importantes. Neste conto ressaltam a generosidade e a gratidão. A honestidade e a bondade são ainda valores que podemos identificar nesta história .
É, portanto, um conto perfeito para explicar às crianças a importância das ações generosas e de como é importante demonstrarmos gratidão quando alguém nos faz bem.
Com a quadra Natalícia como pano de fundo, O Sapateiro e os Duendes conseguirá derreter o coração de toda a família e pode ser lido como um belo conto de Natal.
O Sapateiro e os Duendes
Há muito, muito tempo, vivia um sapateiro muito honesto, que trabalhava de sol a sol. Mas apesar do seu esforço, não conseguia ganhar o suficiente para viver. E assim foi gastando tudo o que tinha, até só ter couro suficiente para fazer um par de sapatos.
Cortou o couro para fazer os sapatos, deixando tudo pronto para os terminar no dia seguinte. Como tinha a consciência tranquila e o coração leve, apesar de todas as dificuldades que atravessava, dormiu tranquilamente.
Uma descoberta surpreendente
Na manhã seguinte, quando se sentou para retomar o seu trabalho, fez uma descoberta espantosa: os sapatos que ele tinha começado estavam totalmente terminados. Muito confuso, o bom homem não sabia o que pensar. O trabalho era impecável, digno de um artista. Não havia qualquer ponto dado em falso. Os sapatos estavam perfeitos!
No mesmo dia, entrou um cliente que quis experimentar os sapatos. Estes ficavam-lhe tão bem que fez questão em pagar um preço maior do que o esperado. O pobre sapateiro comprou então mais couro, que era o suficiente para fazer dois pares de sapatos.
Tal como na noite anterior, o nosso sapateiro começou a cortar o couro e deixou-o preparado para terminar o trabalho na manhã seguinte. Mas não teve que se preocupar, pois de manhãzinha cedo encontrou dois pares de sapatos perfeitamente elaborados.
Não tardaram a aparecer clientes que pagaram quantias generosas pelos dois pares de sapatos. Isto permitiu ao sapateiro comprar couro para quatro pares de sapatos. Mais uma vez, deixou o trabalho adiantado para terminar na manhã seguinte, e mais uma vez encontrou os sapatos prontos para serem vendidos.
Assim sucedeu a mesma coisa durante algum tempo e o sapateiro voltou a prosperar novamente.
O sapateiro e a mulher fazem outra descoberta insólita
Uma noite, perto do Natal, o sapateiro e a mulher estavam a conversar à lareira, quando o sapateiro teve uma ideia.
– Gostava que ficássemos acordados esta noite e ver se conseguíamos quem é que anda a fazer o meu trabalho – propôs o sapateiro.
-É uma ótima ideia. Vamos lá fazer isso!- respondeu a mulher.
Deixaram então uma vela na sala e esconderam-se num canto, atrás da cortina e ficaram à espera.
Assim que deu a meia-noite, surgiram dois pequenos duendes sem qualquer roupa a vesti-los. Sentaram-se no banco do sapateiro e puseram mãos ao trabalho, cozendo e martelando o couro com as suas pequenas mãos. Trabalhavam com tanta rapidez que o sapateiro não conseguia tirar os olhos dos pequenos duende, tão fascinado que estava.
Muito antes do amanhecer, os sapatos estavam impecavelmente terminados e os duendes foram embora, tão rapidamente como um raio.
A retribuição aos duendes
No dia seguinte, a mulher disse ao sapateiro:
-Aqueles pequenos duendes tornaram-nos ricos e temos que lhes estar muito agradecidos. Por isso acho que lhes devemos retribuir a bondade.
-Concordo contigo – respondeu o sapateiro – Mas o que poderemos fazer para lhes retribuir a boa ação deles?
-Custa-me vê-los tão atarefados, sem nada no corpo que os proteja do frio – indicou a mulher – Tive uma ideia. Vou fazer para cada um dos duendes uma camisa, uma casaco e um colete, e ainda um par de calças. E tu fazes um par de sapatos para cada um – propôs.
O sapateiro ficou muito agradado com a ideia da mulher e meteram mãos ao trabalho.
Uma noite, quando todos os artigos estavam prontos, pousaram-nos em cima da mesa de trabalho do sapateiro, em vez do trabalho que normalmente este lá deixava. Feito isto, esconderam-se e ficaram à espera da visita dos duendes.
Cerca da meia-noite, tal como todos os dias, chegaram os duendes a saltitar e foram sentar-se, como de costume, no posto de trabalho do sapateiro. Quando viram a roupa e sapatos que lá estavam para eles, ficaram muito felizes. Vestiram-nos num abrir e piscar de olhos e desataram a dançar cheios de alegria. Assim continuaram, até dançarem para fora da porta e o nosso casal nunca mais os viu!
O bom sapateiro e a mulher continuaram a viver uma vida próspera e feliz durante muitos anos.