Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto está a recrutar gestantes saudáveis e com gravidez de risco, para registar as alterações cardíacas durante e após a gravidez. O principal objetivo do estudo é desbravar terreno para que se encontrem formas de tratar a insuficiência cardíaca.
Gravidez e saúde cardíaca
Durante a gestação, a mulher experiencia um aumento de volume de sangue para suprir as necessidades de desenvolvimento do bebé. Algo “normal, mas que obriga a adaptações cardíacas”, explica a coordenadora do estudo “PERIMYR”, Inês Falcão-Pires, em declarações ao portal de notícias da Universidade do Porto.
Essas adaptações por gerar hipertrofia, um processo que habitualmente desaparece espontaneamente alguns meses após o parto.
Segundo se pode ler no website do estudo, a sobrecarga que a gestação provoca no corpo de uma mulher também se verifica em doenças cardiovasculares. Por esse motivo, as investigadoras acreditam que “ao estudar as adaptações cardiovasculares fisiológicas durante e após a gravidez, é possível perceber melhor os mecanismos presentes na doença cardiovascular”. A investigadora Ana Filipa Ferreira vai mais longe, avançando que estas descobertas poderão “abrir caminho a novas formas de tratar a doença cardiovascular, recuperando o coração insuficiente”.
Acompanhamento das grávidas durante o estudo
As gestantes serão acompanhadas por uma equipa multidisciplina (incluindo especialistas de obstetrícia e cardiologia) individualmente desde o início da gravidez, primeiro trimestre, até um ano após o parto. Durante este período, serão recolhidas amostras de sangue e de urina e serão realizados exames de diagnóstico cardiovascular. Além disso, serão ainda avaliados alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, obesidade e a diabetes mellitus.
Sendo este um estudo de no qual as grávidas se podem inscrever para dar o seu contributo para esta causa, nenhum destes atos médicos terá qualquer custo.
A inscrição garante ainda acesso a uma outra investigação da Universidade do Porto, a i3S e Faculdade de Medicina Dentária, e da Universidade Vrij, em Amesterdão, a “OralBioBorn”. Esta tem como objetivo descobrir qual a influência dos microorganismos adquiridos pela criança através da boca desde o momento em que nasce até completar um ano na saúde. O estudo, coordenado por Benedita Sampaio Maia, possibilita às mães e aos bebés uma avaliação oral gratuita bem como aconselhamentos para a manutenção da saúde oral.
As mulheres que estejam interessadas em participar dos estudos devem preencher o formulário disponibilizado no site.