Um estudo internacional que envolveu 675 menores luxemburgueses chegou à conclusão que são precisamente as crianças do Luxemburgo as que mais têm medo da pandemia e das suas consequências. Especialmente as crianças e jovens mais desfavorecidos e as raparigas.
O confinamento obrigou ao encerramento de escolas e obrigou os estudantes ao ensino à distância. O estudo Covid Kids analisou as consequências dessas ações, entre maio e julho, junto de crianças e jovens entre os 6 e os 16 anos do Luxemburgo, Alemanha, Suíça e Brasil.
O estudo, realizado através de inquérito online e entrevista, da responsabilidade de Claudine kirsch e Pascale Engel de Abreu, da Universidade do Luxemburgo e Sacha Neumann da Universidade de Tübingen, revelou terem sido os jovens do grão-ducado os que mais tiveram medo do contágio.
As crianças do Luxembrugo de famílias mais desfavorecidas, os estudantes do ensino secundário e as raparigas foram psicologicamente os mais afetados conclui o estudo.
Um dos fatores que o estudo concluiu ser muito importante para o bem-estar dos menores é a atenção dedicada pelos pais. Crianças e adolescentes que se sentiam satisfeitas após os desabafos ou conversas com os progenitores durante o confinamento sentiam um maior bem-estar.
Outro aspeto que incomodou jovens e crianças do Luxemburgo foi a falta de contacto com os professores. 55% dos alunos luxemburgueses inquiridos referiu não ter tido nenhum, ou raro, contacto com os docentes.
Os responsáveis do estudo afirmaram que o potencial dos meios digitais não foi bem aproveitado e caso exista um novo encerramento nacional, a organização do ensino à distância terá que ser diferente.
Os trabalhos em excesso foram outro dos pontos negativos apontados e que teve impacto no bem-estar. Metade dos alunos luxemburgueses dos ensinos médio e um quarto do fundamental queixaram-se de demasiados trabalhos no ensino em casa.
O estudo Covid Kids pretende alertar os decisores políticos, educacionais e da própria sociedade para a importância do bem-estar das crianças, sobretudo no ensino à distância em casa.
5 de novembro 2020