É de extrema importância que as crianças compreendam o valor do dinheiro. Por esse motivo, os hábitos de poupança devem ser introduzidos desde cedo, porque afinal, “é de pequenino que se torce o pepino”. Com estes hábitos, vão aprendendo a fazer a gestão do dinheiro.
Como explicar o que é a poupança às crianças?
As crianças começam a perceber que o mundo está repleto de coisas giras que gostariam de experimentar por volta dos três anos de idade. É, portanto, nessa altura que se deve começar a abordar o assunto do dinheiro, explicando que não é ilimitado e que surge do trabalho e não cai do céu.
Por volta dos cinco/seis anos pode ir aprofundando o tema. Se for uma criança responsável e madura, pode até considerar dar-lhe uma semanada simbólica. Nesta faixa etária já têm competências que lhes permitem fazer contas básicas, o que pode estimular e facilitar a gestão do seu dinheiro.
Qual o montante de semanada deve ser dado?
A resposta a esta pergunta depende da idade da criança e das despesas que lhe serão confiadas pagar com o valor que receber. A semanada pode servir para carregar o cartão da escola e comer um doce ou bolo de vez em quando, pagar um lanche com os amigos ou até poupar para comprar os brinquedos que tanto quer.
O mais importante é definir previamente quais são as despesas para ajustar o valor de acordo com o que lhe parece mais apropriado. Pode ir desde um euro por semana para os mais pequenos (cinco/seis anos) até aos cinco euros para os mais crescidos (dez/onze anos). Contudo, isto é apenas para ter uma ideia, pois, como dissemos previamente, tudo dependerá dos custos que a criança tiver e das responsabilidades que lhe forem confiadas.
Para que eles não fiquem com a ideia de que é pouco dinheiro, pode sempre optar por dar várias moedas que perfaçam o valor que estipulou. Assim, pode incentivar o/a pequeno/a para distribuir parte do montante por três mealheiros.
Porquê três mealheiros?
Segundo o portal Doutor Finanças, os três mealheiros têm três significados diferentes que ajudarão o seu filho a aprender a gerir o dinheiro. O primeiro irá ter dinheiro que é para gastar, o segundo para poupar e o terceiro para ajudar.
Assim, no primeiro a criança deve colocar o dinheiro para as despesas que já existem. No segundo será colocado o valor para projetos ou compras futuras. No terceiro as moedas servem o propósito de introduzir na criança o conceito de solidariedade e de partilha.
Com esta divisão, os pequenos perceberão que o dinheiro que recebem não deve ser todo gasto e que devem pensar bem antes de o direcionar para um dos mealheiros. Logo, aprendem como fazerem a gestão do dinheiro.
Como ajudá-los a gerir o dinheiro?
O papel dos pais é indireto. Quer isto dizer que não devem interferir diretamente nas suas escolhas. Se a criança decidir gastar o dinheiro todo antes da semana acabar, os pais devem explicar-lhes que aquele era o dinheiro para toda a semana e que não lhes vão dar mais. Desta forma, estão a incutir-lhes o sentido de responsabilidade.
Pode ainda inclui-los nas conversas sobre as despesas do orçamento familiar (não naquelas em que os pais debatem como farão naquele mês mais apertado, para que a criança não fique preocupada). Assim, os mais pequenos perceberão que o dinheiro é algo que tem de ser gerido consoante as necessidades e prioridades, não sendo um bem garantido e recurso inesgotável.