Os tão conhecidos Millennials (nascidos entre 1980 e 2000) que gerou debate público devidos aos padrões comportamentais estão agora a criar duas novas gerações, a Geração Z (nascida entre 1990 e 2010) e a Geração Alpha – os mais pequenos -. Prevê-se que a última seja o culminar do ponto de viragem que assistimos ao longo dos anos, porque irão contribuir para a solidificação de um mundo totalmente diferente do atual.
Mas afinal, quem é a Geração Alpha?
De acordo com a Adage, a Geração Alpha representa todas as crianças nascidas a partir de 2010, inclusive.
O que será que os molda e qual será o seu papel na história da humanidade são perguntas a que os investigadores já estão a responder.
Eis alguns pontos que já se conhecem sobre esta geração:
Diversidade é um fator positivo
Segundo dados do Pew Research Center, tal é já visível no Congresso norte-americano.
Com o aumento de 22% de “não-brancos” e 24% de mulheres, começa a verificar-se uma tendência positiva de representatividade e diversidade na vida política. Além disso, também a faixa etária dos deputados tem registado algumas alterações – há cada vez mais políticos jovens.
Este tipo de crescimento de diversidade nos diversos cargos de autoridade (e não só) pode ser acentuado com a Geração Alpha, que tende a ser mais recetiva, tolerante e inclusiva.
“Eles estão a crescer numa sociedade mais diversificada. Portanto, têm a mente mais aberta em relação aos que são diferentes de si. Os filhos dos Millennials são uma fonte de grande otimismo e de certeza de que estamos a caminhar em direção a uma sociedade inclusiva e recetiva”: explica Deborah Carr, professora responsável pelo Departamento de Sociologia Da Universidade de Boston.
A tecnologia irá definir quem são
A geração alpha tem um grande à vontade com gadgets, tendo inclusivamente aprimorado a competência de aprendizagem visual.
Ainda que seja uma ferramenta de entretenimento e estudo, há consequências quando o seu uso é excessivo. A sobre-exposição é já tema de algumas investigações que pretendem saber o seu efeito no cérebro.
O subdesenvolvimento de algumas áreas do cérebro é apenas um dos resultados apurados de uma destas investigações.
A Social Media poderá ditar o seu futuro
Como será que a social media irá impactar o seu status social?
Segundo a psicóloga e professora da Universidade St.John’s, Francyne Zeltser, ao contrário do que acontecia na geração precedente, as crianças da geração alpha pode ter de se preocupar com o perfil de Instagram ou Facebook dos pais, uma vez que cada imagem ou frase publicada nessas redes sociais são parte de um portfolio online que herdaram.
Essas informações podem ser encontradas quando a criança já adulta estiver em processo de recrutamento para um trabalho, por exemplo.
A professora universitária avança que ainda não se sabe ao certo qual o impacto que terá nestas gerações, mas aconselha a “estar atento ao que posta”.
Saberão que a razão pela qual a saúde mental é importante
O tempo online irá ser um desafio para os pais, mas já o era para os pais dos pais, ou seja, para a geração X (nascida entre 1965 e 1979). Contudo, para as gerações anteriores as redes estavam repletas de agressões sociais que afetavam a sua saúde mental, como envergonhar a mãe numa fotografia, por exemplo. Isso gerava vergonha e por sua vez recolhimento.
Em 2019, surgiu uma corrente na qual as mães Millennials e da geração X apostaram nas redes sociais para mudar mentalidades e as formas como os pais estavam a usar as redes, promovendo mostrar a realidade e o dia a dia como realmente é e não como aparecia até então nas fotografias publicadas, a questão da culpa associada à mãe, dos pesos da parentalidade e da importância da saúde mental, não só nos adultos como nas crianças.
Priorizar o planeta em detrimento de constituir família
Se os pais, os Millennials, já quiseram esperar mais um pouco antes de constituir família para ganhar mais estabilidade na carreia devido à grande recessão que viram os pais enfrentar, a geração Alpha ou adia mais ainda ou não tem filhos, de todo. Isto porque, à medida que vão crescendo, as consequências do aquecimento global serão cada vez mais notórias, tirando-lhes a esperança de um planeta mais saudável.
Em simultâneo, surgem os fenómenos extremistas e os conflitos ganham força. Perante este cenário, a geração Alpha pode dedicar-se à causa do planeta e do combate das desigualdades sociais, decidindo não ter filhos. por estar descrente sobre a “herança” que lhes vão deixar.
Apesar de tudo isto, os pais destas crianças – e provavelmente os avós – esperam que esta seja uma geração mais inclusiva, socialmente mais adaptável, especialistas em tecnologia e mais conscientes nas questões envolventes às temáticas das desigualdades e das alterações climáticas. Assim, existe a esperança de que seja a geração Alpha a colocar os pontos finais e a dar outro rumo à humanidade.