A diástase abdominal é caracterizada pelo afastamento dos músculos da região abdominal e acontece na gravidez.
É frequente verificar-se no segundo trimestre, pois é a altura da gestação em que a barriga mais cresce, aumentando o volume abdominal. Perante esse aumento, os músculos abdominais separam-se.
Este é um acontecimento normal que costuma desaparecer cerca de 8 semanas após o parto. Contudo, pode ser necessário ter alguns cuidados na prática de exercício físico na gravidez e no pós-parto para não agravar o quadro clínico – antes pelo contrário, para promover a sua recuperação.
De acordo com o portal CUF, estima-se que uma em cada três mulheres permaneça com esta condição um ano após o parto.
De referir que pode surgir também em pessoas que fazem esforços em posturas incorretas, como levantar pesos, por exemplo.
Porque acontece?
Ao longo da jornada da gravidez, o bebé cresce, logo o volume abdominal aumenta, o que acaba por pressioná-lo. Com este crescimento surge uma alteração na morfologia dos músculos abdominais, que se tornam mais longos e frágeis.
A diástase abdominal na gravidez é uma uma mudança necessária no corpo da mulher, uma vez que é ela a responsável por ser possível que o bebé cresça sem rasgar os músculos abdominais da mãe.
Quais os fatores de risco para a diástase abdominal?
Segundo vários portais de saúde, existem vários fatores de risco, entre os quais:
- Ter mais do que um filho com diferença inferior a dois anos;
- Gravidez de gémeos;
- Gravidez após os 35 anos;
- Ter um bebé com elevado peso à nascença.
Tipos de Diástase
Existem quatros tipos de diástase abdominal:
- Umbilical – afastamento da linha média horizontal do músculo abdominal;
- Infra umbilical – afastamento da linha inferior ao umbigo;
- Supra umbilical – afastamento na linha superior da cicatriz umbilical;
- Total – afastamento dos músculos no sentido horizontal e vertical
Diagnóstico da Diástase Abdominal
Se depois das primeiras 8 semanas após parto sentir a região logo abaixo do umbigo muito mole e flácida ou se observar uma protuberância por entre os abdominais ao levantar peso, fazer ginástica ou mesmo a tossir pode ser sinal de uma Diástase abdominal.
Contudo, é importante confirmar fazendo um diagnóstico junto de um profissional, como é o caso do fisioterapeuta.
Normalmente, a diástase é confirmada após avaliação física. A mulher deve estar deitada de barriga para cima e com a barriga contraída. Os profissionais verificam se há diástase colocando o dedo indicador e médio acima e abaixo da linha horizontal do umbigo.
Geralmente, quando se contrai o abdómen, os dedos tendem a ser empurrados para cima. Quando existe diástase, isso não acontece. Verifica-se antes um espaço entre os abdominais (que pode ir desde um dedo a três ou quatro).
Qual o tratamento aconselhado?
Com vista a prevenir uma diástase abdominal acentuada e também a recuperar da mesma, é aconselhável a realização de desporto na gravidez e no pós-parto.
De ressalvar que é importante que seja acompanhada por um médico de MGF ou um fisioterapeuta, uma vez que alguns exercícios são contraindicados.
Existem três opções para a recuperação desta condição: o Pilates Clínico, a Fisioterapia e, em último caso, a cirurgia.
Pilates Clínico
O pilates, nomeadamente o clínico, é uma modalidade que vai tendo cada vez mais adeptas na fase de pré-conceção, gravidez e pós-parto.
Com a ajuda de profissional especializado, preferencialmente um fisioterapeuta, a mulher pode realizar os exercícios em segurança, de forma a não aumentar a pressão intra-abdominal que pode piorar o quadro.
O Pilates Clínico atua no reforço de todo o corpo, em especial nos músculos abdominais.
Fisioterapia
Diversas técnicas de fisioterapia podem ajudar a promover a contração dos músculos, técnicas essas benéficas no tratamento de diástases abdominais.
Cirurgia
Em última instância, o médico pode sugerir um procedimento cirúrgico. Consiste em costurar os músculos, eliminando o espaço entre eles.
Quais as consequências da diástase abdominal?
Quando os músculos da parede abdominal se afastam, os órgãos ficam apenas protegidos por uma pequena camada tecido. Em alguns casos pode originar uma rutura dos tecidos e, consequentemente, uma hérnia.
Algumas das complicações mais habituais da diástase abdominal incluem:
- Dificuldade na locomoção;
- Dores de costas, sobretudo na região lombar, por falta de suporte muscular (daí a importância de reforçar a parede abdominal);
- Perdas involuntárias de urina.