No meio de tantas más notícias que nos deixou o mês de janeiro, fevereiro começou numa nota um pouco mais positiva. A curva começa finalmente a achatar, e as crianças registam a maior desaceleração casos de Covid-19.
Isto verifica-se mesmo com o facto de a variante do Reino Unido ser mais contagiosa nas crianças.
“São boas notícias, mas não podemos baixar a guarda”, comenta Carlos Antunes, matemático, ao Jornal de Notícias (JN). E porquê?
É que para trás ficou janeiro, um mês negro, marcado por tantas mortes por Covid-19 como nos nove meses anteriores! Foram 5785 óbitos causados por infeção pelo vírus, o que perfaz 45% do total.
A maior desaceleração nos casos é nas crianças
Ainda ao JN, Carlos Antunes diz que o impacto do encerramento das escolas na desaceleração de casos de Covid-19 “é inequívoco”.
Basta sabermos que “a desaceleração nas faixas escolares é maior do que nos outros grupos, sobretudo a partir do fecho das escolas. Estão a desacelerar drasticamente, muito mais do que a população ativa”, indica.
E os números confirmam esta nítida desaceleração maior de casos de Covid-19 nas crianças em idade escolar. Assim, o matemático cita que a 20 de janeiro, os grupos escolares de seis a 12 anos e de 13 a 17 anos de idade, registaram um crescimento diário de casos de 6,2% e 5,3%, respetivamente. Já 10 dias mais tarde, e as escolas fechadas, aquelas percentagens tinham caído para +2,2% e +1,7%.
Concluindo, o número de novas infeções pelo novo coronavírus nas crianças e jovens está agora a aumentar a um ritmo três vezes inferior. A nível do ensino pré-escolar continua a manter-se a incidência mais baixa.
É agora na população ativa que falta observar a mesma tendência de desaceleração na subida de casos de infeção por Covid-19. Para isso, “temos que cumprir, levar mais à risca as medidas porque estão a resultar”, indica Carlos Antunes.
As medidas de confinamento “estão a resultar”, mas…
Entre 22 e 25 de janeiro ter-se-á atingido o pico nacional de casos de infeção pelo novo coronavírus. Com o pico da terceira vaga para trás, o matemático conclui que “as medidas estão a resultar”. estas conclusões foram tiradas segundo cálculos efetuados pelo matemático, ontem, segunda-feira. No entanto, ressalva, estão sempre a ser corrigidos.
Portanto, se nos mantivermos “rígidos e eficazes”, poderemos controlar o aumento de casos com maior rapidez. Se assim for, calcula o matemático, talvez consigamos chegar “ao final de fevereiro aos níveis pré-Natal”, com 3500 novos casos diários. No início de março poderíamos estar nos 2000 se cumprirmos as regras do confinamento de forma rigorosa, conclui.
Consulte aqui o relatório da situação atual (1 de fevereiro) do novo coronavírus em Portugal.
2 de fevereiro de 2021