Durante o primeiro confinamento, o sedentarismo, as horas de sono, a ansiedade e irritabilidade aumentaram consideravelmente entre crianças e jovens portugueses. Estas já são as conclusões de um estudo levado a cabo pela Universidade Católica sobre os efeitos da pandemia nas crianças e jovens.
Ainda assim, os jovens portugueses ficaram abaixo dos espanhóis e italianos, no que diz respeito aos níveis de sedentarismo e aumento do número de horas de sono.
A coordenadora do projeto de investigação da U. Católica, Rita Francisco, admitiu não existirem dados suficientes para explicar o facto de as crianças e jovens portugueses apresentarem menos stress psicológico do que noutros países da Europa. O facto de a primeira fase da pandemia ter sido menos grave em Portugal, parece ser a razão mais óbvia.
Está agora a decorrer a segunda parte deste estudo, com a recolha de dados desde o mês de janeiro, relativamente ao segundo período de confinamento.
O aumento das horas de sono e sedentarismo
O estudo, feito com dados recolhido sem Portugal, Espanha e Itália, questionou 320 pais e mães (na sua maioria mães e portuguesas) de 442 crianças e jovens entre os 3 e os 18 anos de idade. Em questão esteve o período do primeiro confinamento em Portugal, desde o final de março a início de maio de 2020.
Os efeitos sentidos no sono foram particularmente notórios nas crianças em idade pré-escolar (dos 3 aos 5 anos) e entre aquelas que dormiam menos de oito horas por noite em dias de semana. Em média, crianças e jovens aumentaram a média de horas de sono de nove para dez.
O sendentarismo aumentou com a contribuição de mais tempo passado em frente a ecrãs. Antes da pandemia, a percentagem de crianças e jovens com mais de uma hora de atividade física diária era superior a 50% do universo do estudo. No confinamento, menos de 25% das crianças e jovens praticava mais de uma hora de exercício diário.
Os pais inquiridos reportaram também alterações emocionais e de comportamento, sobretudo a nível da preocupação, agitação e irritação. Foram feitas mais perguntas sobre doença e morte e foi até revelada incerteza em relação ao futuro.
11 de fevereiro 2021