Sabia que existem faróis em Portugal que pode visitar com os miúdos?
Os faróis fazem parte do nosso imaginário! A sua localização em zonas isoladas, e por vezes agrestes, suscitam imensa curiosidade pela sua importância, história e património arquitetónico.
Em todas as noites, nos 365 dias do ano, 53 faróis da costa portuguesa permitem que os navegadores saibam a sua localização exata. Cada farol tem o seu sinal luminoso. Os seus pontos de luz têm uma assinatura única, combinando diferentes durações e ritmo de sequência de luz.
Já visitou algum farol com os seus miúdos? E que tal aproveitar este artigo e escolher um dos muitos faróis portugueses e levar os miúdos numa nova aventura? Prometemos que este passeio fará as delícias de toda a família. Vamos conhecê-los!
Faróis para visitar no Continente
- Montedor
- Leça da Palmeira
- Aveiro
- Cabo Mondego
- Penedo da Saudade
- Cabo Carvoeiro
- Berlenga
- Cabo da Roca
- Cabo Espichel
- Sines
- Cabo Sardão
- Cabo de São Vicente
- Alfanzina
- Santa Maria
- Vila Real de Santo António
Faróis para visitar nos Açores
- Ferraria
- Arnel
- Cintrão,
- Ponta da Garça
- Gonçalho Velho
- Contendas
- Ponta da Barca
- Ponta da Ilha
- Albarnaz
- Lajes Flores
- Ponta do Topo
Faróis para visitar na Madeira
- Ponta do Pargo
- São Jorge
Vale a pena o esforço da subida de degraus em caracol. Não vai ficar indiferente à paisagem fantástica que vai encontrar!
Aqui, algumas sugestões dos faróis que não pode mesmo perder!
Farol de Leça
O Farol de Leça, situado em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos, foi inaugurado em dezembro de 1926. Foi construído para substituição do farolim da Boa Nova. Coincidiu com a extinção deste farolim e do farol de Nossa Sra da Luz, que foi o primeiro farol da costa portuguesa, que surgiu em 1761.
Inicialmente, o motor gerador funcionava a petróleo, tendo em 1950 passado a funcionar através de motores elétricos. Nesta década foi, igualmente, montado um elevador. Após ligação à rede elétrica de distribuição pública, em 1964, foi-lhe instalada uma lâmpada com a potência de 3000 W.
A sua torre cilíndrica de finas riscas verdes tem 46 metros de altura. Para alcançar o seu topo, de onde é emitida uma luz com um alcance de cerca de 52 kms, é necessário subir 225 degraus. A paisagem é incrível! Avista-se a sul Matosinhos, o Monte da Virgem, as praias de Vila Nova de Gaia, de Espinho e outras praias até Aveiro, quando o bom tempo o permite. Para norte a vista é alcançada até Esposende.
Uma curiosidade deste farol é que entre 1926 e 1962 albergou a Escola de Faroleiros. Assim, saíram deste farol durante várias décadas os profissionais que mantêm em funcionamento estas fantásticas e importantes estruturas de apoio à navegação.
Farol de Aveiro
O Farol de Aveiro é o farol mais alto de Portugal e um dos três mais altos da Europa. Está situado na praia da Barra, no concelho de Ílhavo. Entrou em funcionamento em 1893. A sua fonte luminosa era produzida através da incandescência pelo vapor de petróleo e a rotação da ótica era feita através de maquinaria de relojoaria.
Em 1950 foi efetuada a ligação à rede pública de distribuição de energia. Em 1958 foi montado um elevador de acesso à torre.
A sua torre cilíndrica de largas riscas vermelhas e brancas tem 62 metros de altura. É necessária subida de 271 degraus para alcançar o seu topo. Depois de recuperar o fôlego pode desfrutar de uma magnífica vista sobre o mar e a ria. A luz que emite tem um alcance de cerca de 43 kms.
Farol do Cabo da Roca
O Farol do Cabo da Roca, no concelho de Sintra, está situado no ponto mais ocidental do continente Europeu. Entrou em funcionamento em 1772, sendo um dos faróis mais antigos da costa portuguesa. Em 1843 foi montado um novo aparelho composto por dezasseis candeeiros que funcionavam a azeite. O movimento de rotação da ótica já era feita através de mecanismo de relojoaria.
A ligação à rede pública de distribuição de energia foi feita em 1982.
Este farol está edificado a 165 metros altitude, num local isolado, inserido do Parque Natural de Sintra-Cascais. A zona envolvente é magnífica e goza de uma paisagem privilegiada sobre o Oceano Atlântico.
Do topo da sua torre quadrangular de 22 metros de altura é emitida uma luz que tem um alcance de cerca de 48 kms.
No posto de turismo do Cabo da Roca pode adquirir um certificado de presença, que comprova a sua presença no ponto mais ocidental do continente europeu.
Farol do Cabo Espichel
O Farol do Cabo Espichel, situado no concelho de Sesimbra, é um dos mais antigos de Portugal. Foi mandado construir por Marquês de Pombal em 1790.
Consta que antes da existência deste farol, já naquele local se acenderia uma luz rudimentar, provavelmente de fogueira, para guiar os navegantes. Nossa Senhora do Cabo terá aparecido em 1410 para “acalmar o temporal e iluminar o oceano como se fosse dia”.
Sabe-se que em 1866 o farol funcionava com 17 candeeiros movidos a azeite. A luz que emitia era fixa e branca. Em 1900 foi aumentado, para ambos os lados, o corpo do edifício anexo à torre. Em 1926 foi eletrificado através de geradores que funcionavam a petróleo. A ligação à rede pública de distribuição de energia só foi feita em 1980, passando a funcionar com uma lâmpada de 1000 W.
O farol está situado a 168 metros altitude. Carece da subida de 135 degraus de pedra e mais 15 em ferro para se chegar ao topo da sua torre de 32 metros de altura. A paisagem que se avista da torre é espetacular! O alcance luminoso é de cerca de 48 kms. O aparelho ótico produz luz para o horizonte e também para o céu.
Para aumentar a curiosidade dos miúdos, o Cabo Espichel e este farol já serviram de inspiração para uma história de mistério, no livro infantojuvenil “Uma aventura na falésia”, das escritoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.
Farol do Cabo de São Vicente
O Farol do Cabo de São Vicente situa-se na freguesia de Sagres, concelho de Vila do Bispo, no Algarve, sendo o ponto mais a sudoeste do continente Europeu. Atualmente, é um dos faróis da Europa com maior alcance.
A sua história começou em 1515, com a construção de uma torre, onde os monges do convento de S. Vicente acenderam uma luz para servir de orientação aos navegantes. Tal como hoje o conhecemos, foi mandado construir em 1846, por D. Maria II. Este farol funcionava com dezasseis candeeiros movidos a azeite. O movimento de rotação da ótica era feita através de mecanismo de relojoaria. Durante vários anos, de acordo com crónicas de 1865, foi deixado ao abandono ficando num estado lastimável. Em 1908 a torre foi aumentada em 5.7 metros em altura. O aparelho de reflexão da luz foi substituído por uma ótica hiper-radiante, uma das poucas existentes no mundo.
O farol foi sofrendo graduais melhorias. Em 1914 foi-lhe instalado um sinal de nevoeiro. Em 1948 foi ligado à rede pública de distribuição de energia.
O Farol do Cabo de São Vicente está situado a 86 metros altitude. A sua torre tem 28 metros de altura e está inserida na antiga fortaleza, uma construção do século XVI. O alcance luminoso é de cerca de 59 kms.
Pode visitar o polo museológico que existe no local.
Farol de Alfanzina
O Farol de Alfanzina situa-se na no lugar de Alfanzina, concelho da Lagoa, no Algarve. Foi construído num promontório rochoso, debruçado sobre uma das mais famosas praias algarvias, a Praia do Carvoeiro.
A escolha do local e primeiras considerações técnicas iniciaram em 1913, tendo entrado em funcionamento em 1920. Com um grande modelo de aparelho ótico, o movimento era feito através de máquina de relojoaria, sendo a fonte luminosa efetuada através de incandescência pelo vapor do petróleo. Em1952 foi construída uma casa de habitação para dar guarida às famílias dos 2 faroleiros ao serviço. A estrada que dá acesso ao farol foi construída em 1961.
A ligação à rede pública de distribuição de energia foi feita em 1980.
A sua torre quadrangular branca, encimada por uma lanterna cilíndrica vermelha, tem 23 metros de altura. Está situado a 63 metros de altitude e sua luz tem um alcance de cerca de 54 kms.
Farol do Gonçalo Velho
O Farol do Gonçalo Velho está localizado na Ponta do Castelo, na parte sudeste da Ilha de Santa Maria, no Arquipélago dos Açores.
Este farol foi construído em 1927 e tem o nome do navegador que descobriu a ilha, Gonçalo Velho.
Foi equipado com um grande modelo de aparelho lenticular, sendo a fonte luminosa principal o gás BBT e, como reserva, a incandescência pelo vapor de petróleo e um candeeiro de nível constante. A rotação da ótica era feita através de maquinaria de relojoaria. A parte superior da cúpula era feita de vidro para lhe dar um ar aeromarítimo.
Desde então sofreu várias obras de melhoria. Em 1991 foi ligado à rede pública de distribuição de energia.
Está edificado numa falésia a 114 metros de altitude com uma paisagem magnífica! A torre quadrangular tem 14 metros de altura e o alcance luminoso é de cerca de 46 kms.
Informações úteis dos Faróis em Portugal
As visitas são uma iniciativa da Autoridade Marítima Nacional e da Direção-Geral dos Faróis, que tutelam este património, e acontecem desde 2011, estando inseridas na política de divulgação da história, património e atividade dos faróis e faroleiros.
Preços:
- As visitas são gratuitas, não são efetuadas marcações e a visita é feita por ordem de chegada.
Horário das visitas:
- Período de verão: às quartas-feiras das 14h00 às 17h00
- Período de inverno: às quartas-feiras das 13h30 às 16h30
Fora deste período, pode-se fazer visitas por marcação no caso de grupos organizados (escolas, entidades, entre outros). As marcações podem-se fazer através de envio de email para [email protected].
O período de visitas poderá ser encurtado ou cancelado por motivos operacionais do farol. Sugerimos que contacte previamente o farol que pretende visitar, para garantir que a visita se pode efetuar, ou consulte o site da Autoridade Marítima Nacional.