João e o Pé de Feijão é um conto de fadas muito antigo de origem inglesa. Ao longo dos tempos foi posto em papel por muitos contadores de histórias tradicionais e escritores. A versão mais antiga que se conhece é de Benjamin Tabart, que foi publicada em 1807. Joseph Jacobs posteriormente popularizou esta versão em 1890, ao publicá-la na sua obra English Fairy Tales. Pensa-se que a versão de Joseph Jacobs seja a mais próxima e fiel às versões orais originais. É uma história que vale a pena conhecer e perfeita para contar à hora de dormir. Recontámo-la para a a ler aos miúdos.
João e o Pé de Feijão
Há muito, muito tempo, vivia uma viúva com o seu filho João numa cabana numa aldeia longínqua. A viúva era muito pobre e mal podia arranjar comida para ela e o filho sobreviverem. Num dia de inverno, quando já não restava quase comida nem dinheiro nenhum, a viúva chamou o filho e disse:
– João, já quase não temos comida e não há dinheiro. Por isso, vamos ter que vender a vaca. Vais tu levá-la ao mercado na cidade.
– Não se preocupe, mãe. Amanhã parto mal o sol nasça e só volto após ter arranjado um bom preço. – respondeu o filho.
No dia seguinte, muito cedo, João pôs-se a caminho da cidade com a vaca. Estava muito frio e o rapaz apressou o passo. A meio do caminho encontrou um homem com umas longas barbas brancas e uma capa comprida. O homem perguntou a João para para onde caminhava e o rapaz explicou que ia vender a vaca. Dito isto, o homem propôs a João vender-lhe a vaca a troco de cinco feijões mágicos.
O rapaz respondeu que não estava interessado. Mas o homem acabou por convencê-lo que, ao ficar com aqueles feijões, ele e a mãe nunca mais passariam por dificuldades.
Assim, João aceitou a troca e voltou para casa sem a vaca e com os cinco feijões no bolso.
Ao chegar a casa tão cedo, a mãe foi logo perguntar-lhe como tinha vendido tão rapidamente a vaca e quanto tinha recebido por ela. Quando João lhe mostrou os feijões, explicando à pobre mulher que eram mágicos, esta ficou furiosa.
– Como é possível que te tenhas deixado enganar? Como vamos nós sobreviver com cinco feijões?- disse exasperada. Dito isto, agarrou os feijões e atirou-os pela janela fora.
Um pé de feijão que chegava às nuvens
No dia seguinte, João levantou-se sentindo-se arrependido com a venda da vaca por cinco feijões. Mas ao ir à janela, apanhou um enorme susto! É que à sua frente encontrava-se um pé de feijão. Mas não era um pé de feijão qualquer. É que este pé de feijão era gigantesco e chegava às nuvens! Intimidado, mas curioso, Joao pôs-se a subir a gigantesca planta. Assim que atravessou as nuvens deparou-se com um castelo, também este enorme. Dirigiu-se para o edifício que era digno de um gigante. Mas mal entrou, viu à sua frente uma mulher enorme que imediatamente o agarrou.
– O que fazes aqui meu rapaz? – perguntou a gigante.
– Bom dia, minha senhora.- Respondeu João que era bem-educado.- Subi por um pé de feijão até aqui e tenho agora muita fome.
– Com que então queres comer…- respondeu a gigantes, que era na verdade a mulher de um ogre muito mau.- pois eu vou sim dar-te de comer ao meu marido que gosta de comer crianças.
E dito isto, meteu-o num armário. Mais tarde, o marido, o ogre gigante e mau chegou ao castelo. Mal entrou na sala chamou a mulher e disse:
– Mulher, cheira-me a criança fresca! E eu estou cheio de fome!
– Pois vais ter um jantar especial. Vou já acender o fogo para cozinhar uma iguaria especial!
Entretanto, o gigante que estava aborrecido porque tinha que esperar pelo jantar, pediu à mulher que lhe trouxesse uma gansa que punha ovos de ouro e que mantinha cativa. Pediu ainda que ela lhe trouxesse os seus sacos de moedas de oiro que tinha roubado para se entreter.
A fuga
Enquanto a gigante ia fazer o que o marido lhe tinha pedido, João conseguiu escapulir-se por uma pequena fresta do armário. Como o móvel era gigante, qualquer fresta era o suficiente para ele passar. Cuidadosamente, o rapaz foi descendo até ao chão. Chegou à sala e encontrou o gigante distraído. Então, agarrou na gansa e num saco de moedas de oiro e fugiu em direção à porta do castelo.
O gigante apercebendo-se da falta da gansa e do saco de moedas de oiro chamou a mulher. Esta foi verificar o armário e descobriu que o rapaz tinha fugido. O gigante foi a correr na direçao do pé de feijão e começou a descê-lo. Enquanto isto, João acabou de descer o pé de feijão e foi a correr ter com a mãe. Esta já estava preocupada com a ausência do filho. O rapaz contou-lhe rapidamente o sucedido e que era necessário ir imediatamente cortar o pé de feijão com um machado. A mulher foi imediatamente fazê-lo. O malvado ogre ficou pendurado no pé de feijão e teve que voltar a subir para o castelo, ficando sem acesso à terra.
João e a mãe ficaram com o saco de moedas de oiro e com a gansa que punha ovos de ouro A partir desse dia nunca mais tiveram dificuldades e passaram a viver muito felizes.
Referência: Wikipedia