A administração Biden anunciou esta semana já ter identificado mais de 3900 crianças migrantes, separadas dos pais na fronteira entre os Estados Unidos e o México, durante a administração de Donald Trump.
Estas separações são o resultado das políticas migratórias de “tolerância zero”, impostas pela anterior administração norte-americana. Muitas crianças foram separadas dos pais logo na fronteira, ficando sob a custódia das autoridades em instalações governamentais. As condições destes centros foram denunciadas como sendo impróprias, por organizações não-governamentais.
Quando Joe Biden tomou posse, no passado mês de janeiro, entrou em ação uma “task force” para areunificação destas famílias. Essa mesma equipa informou esta semana que 3913 crianças foram separados dos pais na fronteira norte-americana entre 1 de juhlo de 2017 e o início de 2021.
A “task force” que identificou as crianças que foram separadas ao abrigo da política migratória de tolerância zero de Trump, informou também que vai ainda rever outros 1723 casos, o que irá elevar para 5636 o número de processos examinados. Nestes casos, a separação pode ter sido feita por outras razões que não a migração.
Das 3913 crianças agora identificadas, 1786 já regressaram para junto de pelo menos um dos pais, a maioria ainda durante a administração Trump. Muitos menores foram entregues a outros membros da família.
Os pais das restantes já foram contactados, mas ainda assim não foi possível determinar o paradeiro de 391 deles, segundo os dados revelados pela Associated Press (AP). Os dados revelaram igualmente que cerca de 60% das crianças separadas durante a política de tolerância zero da administração Trump eram da Guatemala (2270). Crianças das Honduras (1150), El Salvador (281), México (75), Brasil (74) e da Roménia (23) também estão na lista.
A nova administração prometeu reunir as crianças separados dos pais com as respetivas famílias, mas o processo tem decorrido de forma lenta.
9 de junho 2021