Resultados de ensaios clínicos da vacina chinesa CoronaVac, contra a Covid-19, mostram que esta inoculação é segura para crianças e adolescentes, desencadeando uma forte resposta de anticorpos. A vacina é produzida pela empresa biofarmacêutica chinesa Sinovac.
A revista médica The Lancet divulgou os resultados dos ensaios clínicos da fase inicial e intermédia, que envolveram 552 crianças e jovens, saudáveis, com idades compreendidas entre os 3 e os 17 anos. A esta amostra foram administradas duas doses convencionais da vacina.
Mais de 90% dos menores vacinados desenvolveram anticorpos para o SARS-CoV-2, vírus que causa a doença respiratória Covid-19. A resposta dos vacinados com a CoronaVac foi proporcional à dosagem administrada: quanto maior a dose da vacina, maior a quantidade de anticorpos.
Os autores do estudo já publicado, observaram que a quantidade de anticorpos é mais superior em crianças e adolescentes do que em adultos a partir dos 18 anos. Com base nestes resultados, recomendam a administração de duas doses de 3 microgramas cada da CoronaVac, para as idades entre os 3 e os 17 anos.
A reação à vacina foi quase sempre positiva, sendo a dor no local da injeção a “queixa” mais comum. Reações adversas foram sempre registadas como ligeiras a moderadas.
Do total de participantes, 72 foram inscritos no ensaio clínico de fase 1, que decorreu entre 31 de outubro e 2 de dezembro de 2020, e 480 no ensaio de fase 2, de 12 a 30 de dezembro de 2020. Os ensaios clínicos de fase 1 e 2 de um medicamento ou vacina experimentais visam avaliar a sua segurança e tolerância, bem como a sua potencial eficácia. Contudo, não se conhecem dados posteriores mais recentes, desta amostra.
Os autores e a própria The Lancet admitem que esta investigação tem limitações. A amostra é pequena e os participantes são todos da mesma etnia. Também não foi avaliado, a par da produção de anticorpos, a resposta das células imunitárias. Contudo a The Lancet realça que se tratam dos primeiros dados publicados sobre a segurança e a resposta imunitária geradas por uma vacina contra a Covid-19 em crianças com 3 anos.
29 de junho 2021