Para muitas mães, o fim precoce da amamentação é motivo de grande tristeza. Existem diversas situações que podem levar ao desmame ou a uma necessidade de suplementação. Ao saber o que é relactação e a dependendo de caso para caso, pode ser possível voltar a amamentar exclusivamente.
A técnica, que deve ser feita sempre com o acompanhamento de um profissional especializado em aleitamento materno, requer paciência e dedicação.
Conceito de relactação
A relactação é um método utilizado para estimular a produção de leite e fazer com que o bebé se interesse pela mama outra vez, caso tenha passado pelo desmame. Outra finalidade é complementar a alimentação quando a amamentação em exclusivo, por algum motivo, não é possível.
Todo o processo, que pode durar semanas ou até mesmo meses, tem o objetivo de familiarizar o bebé com a mama, caso tenha sido desmamado, proporcionar um ganho de peso adequado para o pequenino e aumentar a produção de leite.
Como funciona a relactação
A dinâmica da relactação é relativamente simples. Já existem acessórios disponíveis à venda para o efeito, mas mesmo com poucos recursos é possível simular um relactador. Neste sistema, utiliza-se uma sonda nasogástrica pediátrica que vai da ponta do mamilo ao reservatório em que é colocado o leite. A sonda deve ser fixada com uma fita para curativos para que não “fuja” durante o uso.
O bebé é, então, colocado para mamar e recebe o leite tanto da mama como o que está no recipiente de onde sai a sonda. Para que o líquido flua com mais facilidade pela mesma e mantenha o bebé interessado na alimentação, o reservatório com leite deve ficar um pouco mais elevado, no pescoço ou no ombro da mãe com o auxílio de outra pessoa.
É preferível que o leite utilizado na relactação seja o materno, extraído manualmente ou com uma bomba. No entanto, nem sempre há esta possibilidade. Nesses casos, usa-se uma fórmula infantil adequada à idade do bebé e recomendada pelo médico de família ou pediatra.
Ainda que a mãe esteja a produzir pouco ou nenhum leite no momento, o bebé é alimentado com o leite de flui pela sonda. Ao mesmo tempo, a sucção diretamente na mama é essencial para que a produção aumente e esteja equiparada às necessidades do lactente.
Quanto mais tempo bebé estiver sem mamar, mais difícil pode ser fazer todos esses ajustes. As recusas são comuns assim como a angústia das mães para que a dinâmica se estabilize rapidamente. Pode ser necessário fazer uso de ervas e fármacos conhecidos como galactogogos para impulsionar a produção. É fundamental administrar as expectativas, ser paciente e flexível para aceitar os resultados.
Em que casos a relactação é indicada?
Tal como foi mencionado anteriormente, a relactação é indicada como forma de suplementação quando, por alguma razão, o bebé não ganha peso suficiente ou ainda não consegue mamar da forma adequada. Prematuros e bebés com baixo peso à nascença são exemplos de casos em que a relactação pode ser uma alternativa.
A técnica também é utilizada quando a mulher recebe o diagnóstico de baixa produção de leite, seja ela causada pelo uso de determinados medicamentos, por fatores de risco como cirurgias mamárias ou por questões na dinâmica que tenham afetado a produção.
Da mesma forma, a relactação ajuda a reverter um quadro de desmame precoce. O bebé pode voltar a mamar e, através da sucção, estimular que a mãe produza leite novamente.
Outro uso possível para a relactação é nos casos de adoção. A mãe adotiva, ainda que não tenha gestado, pode produzir leite através de um protocolo de indução que inclui a relactação e amamentar o seu bebé.
Convém lembrar que a relactação nunca é um processo instantâneo. Requer persistência e acompanhamento profissional em cada etapa, uma vez que é preciso definir com cuidado as quantidades de leite oferecido e o prazo para a retirada do sistema.