Os especialistas europeus ainda não chegaram a acordo em relação à prioridade que se deve dar, ou não, à vacinação de crianças. Na Europa, a Agência Europeia do Medicamento já autorizou a administração da vacina da Pfizer a menores de 16 anos.
Enquanto que para alguns a vacinação é universal, noutros é obrigatória a autorização dos pais e/ou prescrição médica. No caso de Portugal, vacinam-se casos com risco de doença grave perante uma infeção pelo SARS-CoV-2. Num universo de 12 países, Portugal é dos que apresenta medidas mais restritivas no que toca à vacinação de crianças, em toda a Europa.
Os dados são avançados pelo Jornal de Negócios, que analisou um total de 12 países. Dentro desta amostra, oito nações decidiram vacinar crianças e adolescentes acima dos 12 anos de idade. Os restantes quatro recomendam que a inoculação de crianças seja feita apenas naquelas que se encontrem mais vulneráveis.
No grupo dos oito países que decidiram avançar com vacinação universal, dois deles – a França e a Hungria – só permitem que as crianças sejam vacinadas com autorização dos pais. A Dinamarca, a Áustria, a Lituânia e a Itália, avançaram com vacinação de crianças e adolescentes sem restrições. Na Espanha e na Estónia, o processo deverá avançar em breve, para que esteja concluído antes do início do ano letivo.
Já a Alemanha, a Suécia e o Reino Unido vão atuar como Portugal na inoculação desta faixa etária: as crianças entre os 12 e 15 anos só vão ser vacinadas se tiverem comorbilidades associadas a maior risco de doença.
Em Portugal, a lista completa de comorbilidades consideradas na vacinação de crianças, inclui cancro ativo, diabetes, obesidade, insuficiência renal crónica, insuficiência pulmonar crónica e casos de crianças transplantadas e/ou com o sistema imunitário comprometido.
Na lista de doenças que conduzem à vacinação prioritária contra a Covid-19 para crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos, estão também incluídas as neurológicas: paralisia cerebral, distrofias musculares, perturbações do desenvolvimento como a trissomia 21 e perturbações do desenvolvimento intelectual grave e profundo.
Segundo a DGS, na norma agora atualizada, estão também incluídas condições que afetam gravemene o sistema respiratório, como a asma grave e a fibrose quística.
6 de agosto 2021