Depois de dois anos atípicos devido à pandemia de Covid-19, que afetaram bastante a vida escolar de milhares de crianças, a normalidade regressa com a última fase de desconfinamento. Ainda assim, as regras que se levantam para uns, não se aplicam aos estabelecimentos de ensino. O movimento “Assim Não É Escola” tenta perceber porquê, levando a discussão ao parlamento.
Nos estabelecimentos de ensino ainda há várias regras a cumprir, como é o caso do uso de máscara a partir do 2.º ciclo, o distanciamento físico, horários de entrada e saída alternados e outras recomendações da DGS, como o facto de os pais terem de deixar as crianças à porta das instalações.
Para pais, educadores e psicólogos, as medidas são preocupantes e comprometedoras para o bem-estar das crianças. Um grupo de encarregados de educação criou o movimento “Assim Não É Escola”, dedicado à defesa do bem-estar emocional dos filhos.
O objetivo deste grupo é chamar a atenção para as medidas que estão a ser impostas a crianças e jovens sem ter em consideração o bem-estar emocional e físico de cada uma. O movimento alerta sobretudo para o facto de os pais não poderem acompanhar os filhos nas instalações das escolas, o que seria fundamental nos casos em que as crianças entram na escola pela primeira vez.
O grupo defende que o acompanhamento dos pais e entrega das crianças a educadores e professores é essencial para passar confiança à criança nesta fase da sua vida. Também criticam a obrigatoriedade de máscaras para certas idades, assim como a impossibilidade de levarem brinquedos e outros objetos de casa, nesta fase de mitigação da pandemia.
Para este grupo de pais, o uso de máscaras para crianças dos 10 aos 12 anos, além de não ser feito da melhor forma, é bastante prejudicial, ao perpetrar dificuldades de comunicação e dificultar a identificação as emoções.
Apesar do movimento “Assim não é Escola” já contar com quase 9 mil seguidores, no Instagram, e de a Petição Pública já ter sido assinada por quase 8 mil pessoas, entre algumas caras conhecidas, como a atriz Sara Prata, a Direção-Geral da Saúde ainda não respondeu ao envio massificado de uma Carta Aberta enviada por estes pais.
Na passada sexta-feira, a petição foi discutida no Parlamento.
11 de outubro 2021