Henrietta Fore, diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), defende que a COP26 deveria ter como objetivo a preocupação com o futuro das crianças. Cerca de 1 bilião está em risco extremamente alto de sofrer as consequências dos desastres climáticos, estando distribuídas pelos 33 países mais ameaçados pela crise do clima.
Está a decorrer em Glasgow, na Escócia, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26). Henrietta Fore alerta para o facto de a conferência oferecer uma oportunidade para tentar uma recuperação do caminho que se está a seguir, pedindo uma redução significativa e rápida das emissões de gases que provocam o efeito de estufa.
Segundo a UNICEF, praticamente todas as crianças estão expostas a pelo menos um risco ambiental, desde a poluição do ar, ondas de calor, ciclones, cheias e falta de água. Pelo menos 850 milhões de crianças habitam áreas em que pelo menos quatro momentos de choques climáticos se sobrepõem.
O Índice de Risco Climático preparado pela UNICEF e apresentado no passado mês de agosto, revelou que 240 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a inundações costeiras, 400 milhões expostos a ciclones e furacões, 820 milhões estão expostos a ondas de calor, 920 milhões à escassez de água e um bilião a níveis muito altos de poluição do ar.
O estudo detalha também que os jovens que habitam a República Centro-Africana, Chade, Nigéria, Guiné e Guiné-Bissau são os mais expostos aos efeitos climáticos. A UNICEF apela a que os países desenvolvidos cumpram a promessa de doarem 100 biliões de dólares por ano, para ajudarem nas questões climáticas.
A organização alerta que sem fontes de investimento para adaptação climática e melhora dos serviços, biliões de crianças que nascerão nos próximos 30 anos correrão maiores riscos de sobrevivência e bem-estar.
3 de novembro 2021