O número de adoções em Portugal, em 2020, foi o mais baixo dos últimos anos: apenas 182 crianças receberam uma nova família, segundo a Segurança Social, que reporta também que dos 2359 dos jovens que deixaram o sistema de acolhimento, 44,7% foi por terem atingido a idade adulta.
Os 18 anos são a idade limite para que os jovens tenham direito a proteção legal, a não ser que o peçam. O segundo maior grupo é o dos jovens entre os 15 e os 17 anos, 22,8%, o que permite concluir que crianças e jovens passam muitos anos no sistema, em instituições de acolhimento.
Em Portugal, em média, os jovens passam três a quatro anos em instituições de acolhimento, apesar de quase 20% passarem sete ou mais anos nestas mesmas instituições.
Deixaram o sistema de acolhimento 2359 pessoas, o que representam um decréscimo de 4,7% em relação a 2019. Também entraram menos 476 (19,1%). No final de 2020, estavam 6706 utentes a cargo do Estado, segundo o Relatório CASA 2020 (Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens), do Instituto da Segurança Social.
O relatório também indica que 14% das entradas no sistema de acolhimento foram influenciadas ou causadas pela pandemia.
A diminuição do número de adoções em Portugal é influenciado pelo número de processos judiciais que não chegam ao fim. Em 2020, havia 537 crianças com projetos de vida de adoção e apenas 182 foram adotadas. Segundo o CASA, notou-se uma ligeira subida em 2019 (216) comparativamente a 2018 (196) mas, em 2020, baixaram a valores nunca vistos em Portugal. Em contrapartida, há sempre muitos candidatos, com 1743 registados em 2019.
A grande maioria das 2359 crianças e jovens que saíram estavam integradas em lares de infância e juventude (54,6%) e em centros de acolhimento temporário (28,1%). O sexo masculino prevaleceu no número de saídas, sendo que também estão em maior número no que diz respeito às que permanecem nas instituições.
8 de novembro 2021