Um estudo está a levantar dúvidas acerca dos riscos totais associado ao consumo de álcool durante a gravidez. Vários investigadores argumentam que as informações sobre o efeito do consumo do álcool durante a gravidez não estão claras e isso é responsabilidade da indústria do álcool.
O artigo, publicado na revista científica “Journal os Studies on Alcohol and Drugs”, revela que os investigadores analisaram 23 sites oficiais de empresas especializadas no comércio e bebidas alcoólicas, acabando por concluir que muitas delas apresentavam menor probabilidade de informar os consumidores para os riscos da Síndrome Alcoólica Fetal.
Esta síndrome pode ser desenvolvida durante a gestação, pelos bebés, caso a mãe consuma álcool durante a gravidez. A Síndrome Alcoólica Fetal caracteriza-se por anomalias graves nos órgãos do bebé, particularmente do cérebro, coração e rins.
O álcool ingerido pela grávida entra na corrente sanguínea da mãe e depois, através do cordão umbilical, passa em poucos minutos para o sangue do bebé dentro do útero. Desta forma, o bebé consome o álcool ingerido pela mãe diretamente pelo sangue, não apresentando assim qualquer tipo de barreira contra os seus efeitos.
Os investigadores concluíram também que essas mesmas empresas cujas páginas online foram analisadas, têm menor probabilidade de aconselhar mulheres grávidas a não beberem e promovem até a ideia de que ainda há incertezas quanto aos riscos a que futuras mães estão sujeitas em caso de consumo.
Apesar de ser contra-indicado durante toda a gravidez, o consumo é especialmente desaconselhado no primeiro trimestre.
A maioria dos especialistas concordam ao afirmar que não existe um nível de consumo de álcool considerado seguro, durante a gravidez. Face aos resultados, a equipa de investigadores responsáveis pela recolha de informação conclui que a quantidade de conteúdo presente nos sites oficiais de algumas destas empresas constitui um risco para a saúde de mulheres grávidas, ao contribuir para a disseminação de desinformação.
19 de novembro 2021