O caso do bebé de 13 meses, que se encontra ligado à ECMO no hospital de São João, no Porto, levou a Ordem dos Médicos a deixar mais um alerta para os riscos da Covid-19 nas faixas etárias mais novas. Miguel Guimarães, bastonário da Ordem relembra “os efetivos riscos da doença nas crianças e a segurança e benefícios da vacinação”.
O bebé deu entrada no hospital de São João, transferido do Centro Materno-Infantil do Norte, diagnosticado com Covid-19 e com um quadro clínico compatível com a existência de uma miocardite. Alterações cardíacas levaram à estabilização da criança através da ECMO.
“Todas as vidas importam e a vida de uma criança deve ser protegida de forma ainda mais especial, pelo que nos preocupa o palco que é dado a discursos inconsistentes e que, sobretudo, não têm qualquer respaldo na evidência científica”, sublinha o bastonário, sublinhando os riscos da Covid-19 para os mais novos.
No sábado, Maria João Baptista, diretora clínica do Hospital de São João, explicou que o bebé “estava clinicamente muito doente, tinha arritmias cardíacas que foram muito difíceis de controlar (…) necessitou de ser ventilado mecanicamente e, apesar de todas as medidas que foram instituídas, entrou num choque cardiogénico, em que o coração deixa de ser capaz de assegurar a circulação do sangue pelo corpo e houve a necessidade de colocá-lo em ECMO”.
O bebé encontra-se estável, estando nesta altura sob a atenção dos profissionais da unidade. É importante que estabilize antes de ser retirado da ECMO.
A diretora clínica do Hospital de São João lembrou haver medidas que “protegem todos, para evitar as infeções e a gravidade das infeções”, como a utilização da máscara, o arejamento dos espaços fechados e evitar os contactos desnecessários, insistindo que “todas as pessoas que são potencialmente elegíveis para fazer a vacina devem proteger-se e devem fazer a vacina“.
7 de fevereiro 2022