O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a taxa de abandono escolar em Portugal bateu um recorde histórico, baixando para os 5,95%. Este indicador estatístico, definido pelo Eurostat, tem vindo a baixar consecutivamente desde 2006. Durante os últimos seis anos diminuiu para menos de metade.
As avaliações trimestrais precoces já apontavam para uma descida da taxa de abandono escolar. O INE confirmou qe para 2021, os valores da taxa são de 5,9% no país inteiro, 5,3% no continente, 23,3% na Região Autónoma dos Açores e 10,6% na Região Autónoma da Madeira.
Esta taxa apura a percentagem de jovens entre os 18 e os 24 anos que não concluíram o ensino secundário e que não estavam nem a estudar, nem a receber formação profissional no ano passado. Os dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que o abandono escolar regista-se mais nos rapazes do que nas raparigas.
A taxa nacional de abandono escolar nos rapazes é de 7,7%, a nível nacional, enquanto que nas raparigas, a taxa se mantém nos 4,1%. Em Portugal Continental regista-se uma taxa de 6,9% nos rapazes, mas do dobro das raparigas. Nos Açores e na Madeira, os números estão nos 28% e 16,3% respetivamente, no que diz respeito ao abandono na educação por parte de rapazes.
Portugal registou assim, segundo comunica o Ministério da Educação, “o decréscimo mais significativo de todos os países da União Europeia”. A taxa de 2021 está bem abaixo da meta definida por Bruxelas para 2030: abaixo dos 9%. Um trabalho que o Ministério atribui aos esforços feitos durante vários anos, sobretudo nos últimos dois, marcados pela pandemia.
O possível risco de subida dos níveis de abandono precoce da escola era uma preocupação, várias vezes manifestada tanto por diretores como pelo Conselho Nacional de Educação.
Esta entidade chegou a referir, num estudo sobre o impacto da pandemia nas escolas, que cerca de metade dos professores e diretores, inquiridos no final do primeiro confinamento, considerou que o encerramento das escolas aumentou o risco de abandono escolar, especialmente entre os alunos mais vulneráveis.
14 de fevereiro 2022