Um estudo levado a cabo por investigadores do Instituto de Saúde da Universidade do Porto (ISPUP), concluiu que as crianças que vivem perto de áreas verdes apresentam melhor desempenho cognitivo. A investigação envolveu 3800 crianças residentes na Área Metropolitana do Porto.
O grupo de investigação do ISPUP, que publicou o estudo na revista Science of the Total Environment, explicou em comunicado que o objetivo do estudo foi “qual a importância da exposição a espaços verdes e azuis no desenvolvimento cognitivo das crianças” aos dez anos.
Os investigadores realizaram um estudo longitudinal, com um total de 3827 crianças, residentes na Área Metropolitana do Porto e participantes no coorte Geração XXI.
Na investigação, concluiu-se que crianças que viviam a uma distância de até 800 metros de espaços verdes públicos, como parques, jardins ou outras estruturas, apresentaram um QI maior aos dez anos. Foi tida em conta a densidade da vegetação nas áreas em estudo, através de imagens de satélite, assim como a distância a pé entre casa e a escola das crianças, até as áreas verdes e azuis.
A avaliação foi realizada quando as crianças completaram quatro, sete e dez anos de idade. Entre a exposição a espaços verdes e inteligência, os investigadores não verificaram uma associação.
Diogo Almeida, um dos autores do artigo, salientou no comunicado enviado às redações que o estudo “veio reforçar a importância dos espaços verdes no desenvolvimento cognitivo das crianças”.
“Seria importante que, em termos de planeamento urbano, se considerasse melhor a disponibilidade de espaços verdes, sobretudo perto das áreas residenciais”, considera o investigador, que defende que tal beneficiaria a inteligência das crianças e se refletiria “em adultos mais saudáveis e competentes”.
O estudo, intitulado Residential and school green and blue spaces and intelligence in children: The Generation XXI birth cohort, foi desenvolvida ao abrigo do projeto EXALAR XXI, financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização e por fundos nacionais através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
24 de fevereiro 2022