Tal como os adultos, as crianças também mentem. As primeiras pequenas mentiras podem surgir por volta dos 3 anos de idade e tornam-se mais elaboradas à medida que os pequenos desenvolvem as suas competências sociais e cognitivas.
Há mentiras e mentiras. Umas são inocentes e, até, divertidas, enquanto outras podem soar os sinais de alerta, principalmente se observarmos um padrão repetitivo.
Mas mentir faz parte do desenvolvimento normal da criança, muito devido à sua grande capacidade de imaginação. Aliás, nos primeiros anos de vida, não podemos afirmar que a criança mente. Trata-se, sobretudo, da confusão e mistura entre fantasia com realidade, altura em que os mais pequenos são expostos a diversos contos e histórias, com personagens fictícias, e que, assim, também eles começam a inventar as suas próprias histórias e aventuras.
Porém, à medida que crescem começam a ter mais noção do que é mentir e é, então, por volta dos 10 anos, que os pais podem dos filhos esperar algumas mentiras mais elaboradas.
Para além de estarem atentos para perceber se este comportamento se torna repetitivo, os pais devem procurar entender o contexto da mentira. A criança apenas mente em casa ou também na escola? Sobre o que são as mentiras? Escola, colegas ou relacionadas com a própria criança?
É importante tentar perceber a frequência destes casos e analisar se a criança mente apenas pela sua enorme capacidade de imaginação ou, por exemplo, se está com medo de alguma reação dos pais a uma determinada ação ou comportamento seu.
As melhores dicas para lidar com as mentiras
É importante perceber que todas as crianças mentem. Mas deve ensinar ao seu filho que este não é um comportamento correto e estimular a honestidade.
- Dê o exemplo: As crianças crescem ao aprender e repetir o comportamento dos pais. Seja honesto com o seu filho, mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia. Por exemplo, se prometeu brincar ou ler uma história ao final o dia, cumpra a promessa.
- Esteja atento ao ambiente que rodeia o seu filho: Estarão as mentiras a surgir por influência de um colega que inventa muitas histórias ou até de um adulto? Tente perceber estes contextos e se há alguma ligação com o grupo de amigos ou algum familiar.
- Converse sobre o assunto e perceba a razão da mentira: Como vimos, as crianças tendem a misturar fantasia com realidade é por isso que, por vezes, dizem uma ou outra mentira, até para se livrarem de algum castigo. Fale abertamente e de uma forma que a criança perceba sobre a importância da honestidade e procure perceber o que originou este comportamento.
- Não associe mentira a castigo e torne-a num momento de aprendizagem: Mantenha a calma perante uma mentira do seu filho. Castigar a criança nunca é a melhor opção, pois pode ter o efeito contrário e aumentar ainda mais os episódios de mentira. Assegure à criança que pode partilhar o que se passou para que o consiga ajudar da melhor forma e elogie-a sempre que admitir que fez algo mal – todos sabemos o quão difícil é admitir as nossas falhas.
- Dê atenção: Muitas crianças mentem para chamar a atenção. Prove que está atento às conquistas do seu filho, elogiando-o sempre que superar um desafio ou concluir com sucesso algumas tarefas ou compromissos.
- Crie uma relação de confiança: Por último, mas não menos importante, lembre-se que a comunicação e o diálogo são a base de tudo. Promova um clima de confiança em casa para o seu filho entender que pode partilhar tudo consigo. Deixe claro que está ali para o ajudar e que as mentiras não trazem nada de positivo.
Se o seu filho mente constantemente e utiliza a mentira como estratégia para lidar com determinadas situações em casa ou na escola, procure ajuda especializada.