A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a investigar o aumento da taxa de mortalidade materna que, durante 2020, atingiu o valor mais alto registado dos últimos 38 anos. A notícias foi avançada pelo Jornal de Notícias esta semana.
Há quase quatro décadas que não era registado um valor tão alto, da taxa de mortalidade materna. Em 2020 ocorrem, em média, 20,1 mortes maternas, por cada 100 mil nascimentos, um valor apenas ultrapassado no ano de 1982, quando ocorreram 22,5 óbitos por cada 100 mil nascimentos. O JN cita dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Das mortes maternas registadas em 2020, “oito aconteceram durante a gravidez, uma durante o parto e oito no puerpério (até 42 dias após o parto)”. Nenhuma das ocorrências esteve relacionada com a pandemia, apesar da coincidência temporal, sendo que as causas apontadas para os óbitos foram complicações na gravidez, parto e puerpétio.
Ao Jornal de Notícias, a DGS confirmou estar a investigar esta questão, estes indicadores devem ser analisados em séries temporais e que se deverá aguardar pela análise dos peritos. Foi constituída uma comissão multidisciplinar de acompanhamento das mortes maternas e morbilidade materna grave. Segundo a DGS, essa comissão é composta po vários peritos de “obstetrícia, medicina interna, anestesiologia” e outras especialidades.
Desde 2010 que a taxa de mortalidade materna em Portugal está acima de 10 por cada 100 mil nascimentos. Estes dados estão a preocupar entidades responsáveis, que duvidam que a idade tardia em que as mulheres escolhem ser mães, seja a única razão para o aumento. Já em 2019, morreram 12,7 (por 100 mil nascimentos) das mulheres.
26 de maio 2022