Cerca de 1/3 das crianças portuguesas, numa percentagem de 35%, recebem semanada ou mesada. Outros 35% recebem dinheiro de forma pontual e os restantes 30% não recebem. Estas são as conclusões de uma investigação levada a cabo pela DECO (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor), que resultou no relatório “As Crianças, os Jovens e o Dinheiro”.
O relatório foi desenvolvido com o objetivo de perceber o nível de literacia financeira das faixas etárias mais jovens. Foram inquiridas 1156 crianças e jovens, estudantes do 1º ciclo ao ensino secundário, em 27 escolas de todo o país.
Cerca de 407 afirmaram receber semanada ou mesada, sendo que praticamente o mesmo número de crianças e jovens pedem dinheiro aos familiares quando precisam de comprar alguma coisa. Cerca de 347 dos inquiridos não recebem dinheiro dos familiares.
A DECO também questionou as crianças e jovens sobre os seus hábitos de consumo e se sabem onde gastam o dinheiro. 3% responderam que não, e 97% responderam que embora saibam onde gastam o dinheiro, metade não gere uma semanada ou mesada, e pede dinheiro para despesas pontuais. Desta forma é mais claro perceber onde gastam o dinheiro.
61% dos inquiridos souberam identificar a alimentação como um bem de primeira necessidade, onde gastam dinheiro. Seguiu-se o telemóvel, com 16%.
No sentido de perceber como procurariam realizar um objetivo de poupança, os alunos foram questionados sobre como fariam para pagar a viagem de finalistas, sendo que os pais só podiam pagar metade. A maioria das respostas incidiu em tentar encontrar um rendimento extra (43%) a par com a poupança das respetivas semanadas ou mesadas (38%), enquanto 18% admitiu abdicar de prendas de Natal ou de aniversário.
O relatório também apresentou dados sobre literacia financeira. 41% dos inquiridos disse guardar as suas poupanças no banco, enquanto 44% referiram o mealheiro como o lugar escolhido para o mesmo efeito. O relatório foi elaborado com base num questionário feito na semana de 21 a 25 de março, durante a qual a DECO participou na “Global Money Week”.
2 de junho 2022