Um grupo de investigadoras portuguesas lançou uma iniciativa a nível nacional, para a criação de Unidades de Cuidados de Maternidade. Estas unidades seriam dedicadas à prestação de cuidados a mulheres grávidas, saudáveis, em que os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica assumiriam a responsabilidade dos tratamentos.
Ao SapoLifestyle, Ana Paula Prata, uma das responsáveis, explicou que em Portugal, “há um movimento crescente de procura de cuidados respeitosos e especializados na gravidez, parto e puerpério que promovam e respeitem a fisiologia deste momento do ciclo reprodutivo humano. Esta procura acontece simultaneamente às queixas de violência obstétrica, que são preocupantes e que cada vez ganham mais impacto e dimensão na sociedade portuguesa.”
A investigadora sublinhou também a crescente taxa de mortalidade materna, com tendência para aumentar desde 2017, é uma preocupação para as futuras mães e respetivas famílias. Acrescentou que “o elevado número de cesarianas e partos instrumentalizados em comparação com os restantes países europeus, são alertas da necessidade de atualizar a prestação de cuidados”.
A iniciativa para a criação de Unidades de Cuidados Maternos partiu de um grupo da Escola Superior de Enfermagem do Porto, em conjunto com outros investigadores, profissionais e associações. Este tipo de unidade de cuidados de saúde obstétricos já existe em 16 outros países europeus.
Nas Unidades de Cuidados na Maternidade, o objetivo é serem prestados cuidados na maternidade, gravidez, parto e pós-parto. Os enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstétrica assumem a responsabilidade principal pela prestação dos cuidados e pela gestão da unidade. Estas unidades podem estar localizadas fora ou adjacentes a uma unidade obstétrica hospitalar.
A proposta da criação destas unidades, será apresentada na Assembleia da República para implementação de um projeto piloto. Contou com o apoio da Midwifery Unit Network. Ana Paula Prata reforçou que “estas unidades permitem que as mulheres tenham, acima de tudo, direito à escolha”.
7 de junho 2022