Entre 2012 e 2021, o número de overdoses por melatonina, em crianças, nos Estados Unidos da América, aumentou 530%. Esta foi a conclusão de um estudo publicado pelo CDC – Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças, a entidade americana equivalente à Direção-Geral da Saúde.
Foi notório o aumento da administração de suplementos com este componente, melatonina, em crianças, desde o fim de 2019 e começo de 2020, o que coincidiu com o início da pandemia.
Entre os mais de 260 mil casos de overdoses registadas neste período de tempo, quatro mil resultaram em hospitalizações e 300 crianças chegaram mesmo a ser internadas em unidades de cuidados intensivos. Cinco crianças precisaram de ventilação, e registaram-se duas mortes, a de um bebé de três meses e outro de um ano. Mortes causadas pela toma de melatonina, a hormona que regula o sono.
Recentes descobertas do CDC estão a originar novas séries de recomendações, já que as overdoses têm diferentes origens. Desde os pais a darem melatonina a mais, à própria criança a encontrar um frasco e ingerir uma dose maior do que a recomendada, especialmente porque na maior parte das vezes, a melatonina é vendida em forma de goma.
Os investigadores consideram que é importante que os frascos tenham uma abertura difícil para crianças, além de recomendar que os prestadores de cuidados de saúde informem melhor os pais sobre as consequências da toma destes suplementos.
Os suplementos de melatonina funcionam ao imitarem a função natural desta hormona, que é encontrada de forma natural no nosso corpo, e que se produz como uma resposta do cérebro ao escuro, o que o corpo interpreta como um sinal para dormir.
A grande maioria das overdoses registadas foram acidentais e ocorreram em crianças até aos cinco anos.
9 de junho 2022