A infância é um período de crescimento e desenvolvimento rápido. Os exames de saúde infantil permitem acompanhar o desenvolvimento da criança e detetar e prevenir problemas de saúde precocemente.
Um grande número de intervenções no âmbito da vigilância infantil e juvenil serão efetuadas nesta fase de crescimento acelerado por forma a:
1. Avaliar o crescimento e desenvolvimento e registar os dados obtidos no Boletim de Saúde Infantil e Juvenil (BSIJ).
2. Incentivar comportamentos saudáveis
- Nutrição adequada às diferentes idades e às necessidades individuais, promovendo comportamentos alimentares equilibrados
- Prática regular de exercício físico e de outras actividades de lazer em espaços livres e ambientes despoluídos
- Gestão adequada de stress
- Prevenção de práticas nocivas
- Adoção de medidas de segurança, reduzindo o risco de acidentes
3. Promover
- A imunização contra doenças transmissíveis, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação
- A saúde oral
- O aleitamento materno
4. Prevenir
- Perturbações emocionais e comportamentais
- Acidentes e intoxicações
- Riscos decorrentes da exposição solar inadequada
5. Detetar precocemente e encaminhar situações que possam comprometer a qualidade de vida da criança e do adolescente ou, até mesmo, pôr a sua vida em risco, tais como:
- Malformações congénitas (por ex. luxação congénita da anca, cardiopatias congénitas, testículos não descidos)
- Perturbações da visão, audição e linguagem
- Perturbações do desenvolvimento estaturo-ponderal e psicomotor
- Problemas dentários
- Alterações neurológicas
- Alterações do comportamento e do foro emocional e relacional
6. Prevenir, identificar e saber como abordar as doenças comuns nas várias idades, reforçando o papel dos pais e outros cuidadores. É fundamental que os pais aprendam a reconhecer os sinais e sintomas que justificam o recurso aos diversos serviços de saúde.
7. Sinalizar e proporcionar apoio continuado a crianças com doença crónica/deficiência e às suas famílias, assim como promover a articulação eficaz com os vários intervenientes na prestação de cuidados a estas crianças.
8. Assegurar a realização do aconselhamento genético, sempre que tal esteja indicado, através da referenciação para serviços especializados.
9. Identificar, apoiar e orientar as crianças e famílias vítimas de maus tratos e de violência, tais como: negligência, maus tratos físicos, psicológicos, bullying, práticas tradicionais/religiosas lesivas, nomeadamente a mutilação genital feminina.
10. Promover o desenvolvimento pessoal e social e a autodeterminação das crianças e dos jovens, com progressiva responsabilização pelas escolhas relativas à saúde, prevenindo situações disruptivas ou de risco acrescido e promovendo a igualdade entre os sexos.
11. Apoiar e estimular o exercício adequado das responsabilidades parentais e promover o bem estar familiar e em outros ambientes específicos.