A ingestão de ácido fólico 1 mês antes da gravidez e 4 semanas depois poderia reduzir em 39% o risco de a criança sofrer de autismo, um transtorno para o qual a comunidade científica tenta encontrar biomarcadores, sem resultados definitivos por enquanto.
Essa foi uma das ideias apresentadas a 2 de maio de 2013 no Congresso Internacional sobre o Autismo – International Meeting for Autism Research (IMFAR), realizado em San Sebastián e que contou com a participação de 1.700 especialistas.
Os presentes no evento conheceram um estudo elaborado com 85 mil mulheres nos países nórdicos da Europa que permitiu comprovar a importância da ingestão de ácido fólico (componente da vitamina B, também conhecido como vitamina B9 ou M) ?na primeira fase da gravidez.
Apesar de haver várias incógnitas sobre o autismo, a sua origem é considerada genética, disse o presidente do congresso e especialista em psiquiatria infanto-juvenil, Joaquín Fuentes.
No entanto, os genes não são irremovíveis e a sua “expressão” pode modificar-se de acordo com os hábitos, a alimentação e o tipo de vida que a pessoa leva e essas mudanças passarem à geração seguinte e condicionarem a doença.
Fuentes realçou a importância do diagnóstico precoce, já que foi demonstrado que com os tratamentos adequados – geralmente educacionais, embora existam remédios em fase de testes – as crianças autistas não só aprendem como melhoram as áreas do cérebro que processam o sentido social.
Um dos fatores que poderiam aprofundar o diagnóstico precoce do autismo é o estabelecimento de biomarcadores (indicador de um processo biológico normal ou patológico), uma tarefa onde ainda não foram alcançados resultados irrefutáveis.
Segundo Laura Hewitson, do “Johnson Center for Child Health and Development de Austin” (EUA), entre os candidatos a esses biomarcadores podem estar o tamanho do crânio, o movimento dos olhos e o som das vogais.
No entanto, é difícil definir um deles como determinante do autismo pela “enorme diversidade que o espectro desse transtorno tem, que é muito mais que a tríade de sintomas mais comuns nas pessoas que sofrem da doença: a dificuldade social, as ações repetitivas e a limitação da linguagem”, ainda segundo esta especialista.
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