Expressão musical na infância
Cada vez mais surge a preocupação e necessidade em poder facultar o máximo de experiências aos nossos filhos, tentando alargar as suas oportunidades, abrindo assim asas ao futuro.
O facto de frequentar uma creche ou jardim de infância será por si só suficiente? Como poderei conceder ao meu filho a oportunidade de desenvolvimento de outro leque de competências e aptidões? Quais as atividades mais adequadas à sua faixa etária?
São estas algumas das questões que usualmente os pais se deparam no início de cada ano letivo.
“A vivência artística influencia o modo como se aprende, como se comunica e como se interpreta os significados do quotidiano. Desta forma, contribui para o desenvolvimento de diferentes competências e reflete-se no modo como se pensa, no que se pensa e no que se produz com o pensamento.”
“A música relaxa e tranquiliza as crianças.”
A aplicação da Expressão Musical com recursos de Musicoterapia tem ocorrido principalmente em entidades de referência que desenvolvem o seu trabalho em contexto de berçário, creche e jardim de infância.
A “Musicoterapia” pode ser aplicada desde a vida intrauterina, pois pesquisas provaram que o feto reage ao som e, por ser estimulado desde cedo, nasce com maior capacidade de desenvolver o seu potencial.
A “Musicoterapia” não se cinge apenas à terapia/tratamento de pacientes/alunos portadores de deficiências físicas, sensoriais e síndromes genéticas. Entre as inúmeras aplicações da “musicoterapia”, destaca-se a prevenção e a estimulação precoce da criança, sem qualquer deficiência.
A “Musicoterapia” é considerada uma ciência paramédica que estuda a relação do homem com o som e a música. A influência fisiológica e psicológica do som no cérebro traz inúmeros benefícios à criança. Através da pesquisa sobre a vida e o ambiente ao qual está inserido, a musicoterapia procura identificar e equilibrar o seu ritmo interno, para possibilitar uma melhoria da qualidade de vida.
Vantagens da expressão musical
A atividade de Expressão Musical com recurso à musicoterapia, lecionada por profissionais competentes, fortalece os processos de linguagem. A perceção corporal através da dança também fará parte do processo terapêutico. Com isso, a criança passa a ter contacto consigo mesma e com o outro, sendo assim uma forma de integração/sociabilização em grupo.
Assim, “musicalizar” a criança, para a tornar sensível e recetiva ao fenómeno sonoro, trazendo com isso várias modificações internas ligadas à comunicação e rompendo barreiras de todos os tipos, sejam de expressão ou até mesmo a nível psicológico, proporcionam ainda momentos de vivências várias e globais, já que através do corpo em movimento, de uma forma espontânea, as crianças desenvolvem competências musicais múltiplas.
Através do canto a criança descobre, explora e desenvolve o seu aparelho fonador e melhora a dicção, aprendendo, sem se aperceber, algumas regras de boa utilização da voz.
A expressão musical desenvolve variadíssimas competências: no domínio cognitivo, como a capacidade de perceção e diferenciação auditivo-sensorial, de concentração e memória, de encontrar e usar sinais gráficos apropriados para sons e evoluções musicais; na expressão, através da linguagem, daquilo que ouve, bem como a capacidade de reagir física e oralmente a sinais acústicos e/ou impulsos musicais apuram a oralidade e a capacidade de comunicar; o desenvolvimento de um comportamento criativo no domínio das tarefas musicais e o desenvolvimento da fantasia sonora espicaça a imaginação e a criatividade.
A prática de variados tipos de produção sonora, induz o desenvolvimento e o domínio motor, mais propriamente da motricidade fina; a execução de danças e coreografias estimulam as noções de lateralidade.
No campo social e afectivo, a criança, através das atividades musicais de grupo desenvolve comportamentos cooperativos.
Muito importante também é a alegria e o prazer que grande parte das atividades musicais provoca, proporcionando momentos divertidos, mágicos e muitas vezes inesquecíveis.