A placenta tem a seu cargo o fornecimento de nutrientes e oxigénio ao bebé durante a gravidez. Além disso, produz uma certa quantidade de hormonas que impedem a formação de novos óvulos nos ovários, estimulam o crescimento do útero e, numa fase mais avançada da gestação, estimulam a produção de leite nas glândulas mamárias.
Placenta: formação, função e expulsão
Desenvolvimento
A placenta começa a desenvolver-se com a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Durante as primeiras semanas da gravidez, o óvulo fecundado fixa-se firmemente nas paredes do útero e começa a desenvolver umas saliências que se transformam em vasos sanguíneos, denominados vilosidades coriónicas.
À medida que a placenta se desenvolve, os pequenos vasos sanguíneos penetram no interior da parede do útero para transportar oxigénio e nutrientes ao embrião. Estes vasos, que se ramificam várias vezes até formarem uma complexa árvore de vilosidades, também são a génese do cordão umbilical.
Totalmente formada por volta da 18ª ou 20ª semana, continua a crescer durante toda a gestação. No momento do parto, pesa aproximadamente meio quilo.
Funções da placenta
1. Nutrição e proteção
A placenta tem a função de alimentar o feto e garantir as trocas metabólicas entre este e a mãe durante a gravidez: representa o fígado, os intestinos e os rins do bebé até ao momento do nascimento.
Os nutrientes, anticorpos e oxigénio passam da corrente sanguínea da mãe para a do bebé e fluem para dentro do corpo dele através da veia umbilical.
2. Garante das trocas metabólicas
Os produtos de eliminação e o sangue sem oxigénio são removidos através das artérias umbilicais. Estes produtos de eliminação passam para a corrente sanguínea da mãe e são eliminados através dos rins.
3. Manutenção da gestação
A placenta produz uma certa quantidade de hormonas que impedem a formação de novos óvulos nos ovários, estimulam o crescimento do útero e, numa fase mais avançada da gestação, estimulam a produção de leite nas glândulas mamárias.
Placenta e cordão umbilical
A placenta está ligada ao bebé através do cordão umbilical. Este, é composto por uma veia (veia umbilical) e duas artérias (artérias umbilicais).
Os vasos sanguíneos da mãe e do bebé permanecem separados ao longo de toda a gravidez como forma de prevenir a passagem de substâncias nocivas para o bebé. Assim, o sangue materno e o do bebé nunca se misturam.
Contudo, alguns vírus, como o da rubéola ou o da toxoplasmose, e as drogas em circulação no sangue da mãe, como o álcool e a nicotina, conseguem atravessar a placenta (ver Síndrome alcoólica fetal).
Complicações
Várias situações pode afetar a saúde e o funcionamento deste órgão durante a gravidez:
- Idade materna tardia, especialmente após os 40 anos (gravidez tardia);
- Rutura prematura das membranas;
- Pressão arterial alta;
- Gravidez múltipla (de gémeos);
- Problemas de coagulação sanguínea;
- Cirurgias uterinas anteriores;
- Problemas com a placenta em gravidezes anteriores;
- Abuso de substâncias como a cocaína durante a gravidez;
- Trauma abdominal durante a gravidez.
Placenta na gravidez de gémeos
No caso de gémeos idênticos (ou gémeos verdadeiros), a placenta é partilhada pelos irmãos mas cada um se desenvolve dentro do seu próprio saco amniótico. Já os gémeos não idênticos (ou gémeos falsos) terão cada um a sua própria placenta.
Quando é expulsa?
Na terceira e última fase do trabalho de parto vaginal, que se inicia logo após o nascimento do bebé, o útero volta a contrair-se fazendo com que a placenta se desprenda da parede uterina. Este processo pode demorar cerca de meia hora.
Com uma contração única, o útero expele a placenta, a pele do saco amniótico e o cordão umbilical. Esta etapa conclui o parto e a mãe passa a chamar-se puérpera (ver Puerpério).