O mais frequente é a diversão e a companhia que proporcionam; aceitam todas as brincadeiras, regras e o mais aliciante é permitirem que a criança ganhe sempre o jogo.
A solidão é outro motivo pelo qual os amigos imaginários são criados, surgindo principalmente nos filhos únicos ou na altura do nascimento do primeiro irmão.
A criança sente-se acompanhada e tem um óptimo parceiro de brincadeira, aquele que ouve, aceita e não critica.
O amigo imaginário permite ainda sentir-se competente e ensaiar a interação. Os meninos criam-nos competentes, com aquelas características que culturalmente foram ensinados a valorizar; fortes, poderosos, semelhantes a super-homens. Segundo vários autores, o sexo masculino projeta no amigo imaginário as particularidades que gostariam de ter: força, resistência e poder.
As meninas criam-nos incompetentes para que com eles possam praticar aquilo que socialmente se espera do sexo feminino, a ajuda, compreensão e protecção, desempenhando assim o papel de cuidador na relação. Por estes motivos é mais frequente serem os meninos a encarnar as personagens que fantasiam, considerando-se o Super-homem, o Zorro, etc.
Estes produtos da imaginação são muito úteis no evitamento da culpa, da crítica e na possibilidade de manutenção da auto-estima. Culpar o amigo invisível permite identificar e internalizar as expectativas parentais possibilitando uma maior consciencialização daquilo que é correto ou não.
A comunicação é, sem dúvida, facilitada pelos amigos imaginários . Até os adultos frequentemente expõem uma dúvida ou situação que lhes é difícil e dolorosa começando por referir que o problema é de um amigo. Da mesma forma a criança pode verbalizar, através do amigo imaginário, questões que a afligem utilizando-o como veiculo de expressão de medos e receios.
O trauma pode ser um motivo para a sua criação dado que permite um auxílio ativo desempenhando uma compensação emocional. Esta não deve ser considerada uma situação alarmante desde que a criança não perca a capacidade de brincar espontaneamente e se isole.
Quando questionada, a criança descreve todas as características físicas do seu amigo invisível de forma pormenorizada. Quando lhe é associado um brinquedo, a descrição é habitualmente diferente das características reais, o que evidencia o grau de fantasia envolvido.
Os amigos imaginários têm um papel positivo e construtivo no desenvolvimento da personalidade.
Podem manter-se por cerca de 3 anos; quando desaparecem a criança justifica com uma viagem longa, uma morte repentina ou simplesmente caem no esquecimento.