Se os bebés e as crianças viessem com um manual de instruções, especialmente para aqueles que são pais pela primeira vez, a tarefa seria bastante facilitada. Mas, à falta dessa ajuda, o instinto toma lugar e é muitas vezes condicionado por costumes culturais do país em questão. O jornal britânico The Telegraph reuniu, numa lista, alguns dos costumes mais peculiares.
Seis coisas bizarras que os pais fazem às crianças
Egito: agitar o bebé
Pode parecer um ritual demasiado violento mas, tal como diz o ditado, nem tudo o que parece é.
No Egito, existe uma cerimónia intitulada Sebooh, e que se pode considerar uma espécie de batismo, durante a qual o bebé é vestido com uma túnica branca e colocado numa peneira gigante, onde será agitado suavemente. O tremor, supostamente, ajuda os bebés a habituarem-se aos “caprichos da vida”. À volta, são colocadas diversas velas, correspondendo cada vela a um nome. O bebé costuma receber o nome da vela que demorar mais tempo a derreter. De seguida, é colocada uma faca no peito do bebé para afastar os espíritos maléficos. Depois de algumas rezas e uma procissão de luzes, realiza-se um banquete.
Vietname: assobiar para o bebé se habituar a ir à casa-de-banho
No Vietname, o treino para utilizar o penico começa assim que o bebé nasce. Não é de admirar que, alguns meses depois, já não sejam precisas fraldas. E como é que os pais conseguem tal feito? Recorrendo à técnica de condicionamento clássico, cujo exemplo mais famoso se deve a Ivan Pavlov e à sua experiência com cães. As mães assobiam sempre que os bebés urinam, de modo a que, enquanto crescem, os bebés associem o som à vontade de ir à casa-de-banho.
Segundo um estudo da Universidade de Gotemburgo, o processo de condicionamento começa a mostrar resultados por volta dos três meses de idade.
Países escandinavos: uma sesta ao ar livre mesmo com temperaturas negativas
Se a tendência, em quase todo o mundo, é a de proteger bebés e crianças do frio, na Suécia e na Dinamarca tal não se verifica. Os pais consideram que um bocadinho de ar fresco pode ser saudável. Portanto, durante a hora da sesta, a maioria das creches suecas deixa os bebés ao ar livre, dentro dos carrinhos, mesmo que se registem temperaturas negativas. Os pais pressupõem que os bebés terão um sono de maior qualidade caso descansem no exterior. Na Dinamarca é comum os pais deixarem os carrinhos de bebés à porta dos cafés, com o bebé lá dentro, enquanto se sentam dentro do estabelecimento.
República Dominicana: ficar dentro de casa e evitar exposição solar
Já na República Dominicana verifica-se o completo oposto do exemplo anterior. Nos nove dias imediatamente após o parto, a mãe e o bebé ficam dentro de casa e evitam ao máximo a exposição solar. Este costume mantém-se durante os primeiros meses de vida do bebé – este só pode sair de casa se for absolutamente necessário. Caso o façam, os pais têm que evitar que o bebé se exponha à luz natural, já que existe a crença de que lhes pode fazer mal.
Mongólia: amamentar durante anos
Na Mongólia costuma-se dizer que os lutadores mais fortes foram amamentados até aos seis anos. Apesar de não existirem provas empíricas de que tal seja verdade, o que é certo é que a grande maioria das mães mongóis amamentam até que os seus filhos tenham dois anos de idade, uma prática recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Mas há casos em que o período de amamentação se prolonga.
Ruth Kamnitzer, que nasceu no Canadá e reside na Mongólia, amamentou o filho até este completar quatro anos. Num artigo que escreveu sobre o tema, conta a história de uma amiga mongol que amamentou a filha até esta ter nove anos.
Dinamarca: pendurar a chucha na árvore
Quando chega a altura de deixar a chucha para trás, os dinamarqueses fazem-no de uma maneira original. As chuchas são penduradas numa árvore e, para compensar a criança, ser-lhe-á dada um presente de uma fada, como forma de agradecimento. As crianças costumam participar neste ritual quando têm três anos e, na maioria das vezes, pedem aos pais para escrever uma nota de despedida para atarem à chucha.