A sexualidade da criança dos 0 aos 2 anos
A capacidade do corpo humano mostrar uma resposta sexual está presente desde o nascimento, por exemplo, os bebés do sexo masculino têm ereções.
No sexo feminino não existem indicações tão claras da resposta sexual, no entanto, tendo em conta a semelhança da resposta fisiológica sexual entre ambos sexos, parece razoável pressupor que os bebés do sexo feminino possuam uma resposta sexual semelhante aos do sexo masculino.
Masturbação
A masturbação é observada na forma de carícias aos genitais. Apesar de existirem dúvidas sobre consciência dos bebés em relação ao comportamento, não parecem existir em relação ao facto de que parecem estar envolvidos numa actividade de auto-estimulação sexual prazenteira.
Ao longo do desenvolvimento da criança são observáveis períodos mais claramente centrados nos genitais e de “jogo sexual”. Ao longo dos anos a maior parte dos rapazes e raparigas progridem de uma estimulação não pensada dos genitais para a masturbação propriamente dita entre os 6 e os 8 anos. A ocorrência de orgasmos fruto da masturbação é possível mesmo com tenra idade, embora a ejaculação nos rapazes não seja possível antes da puberdade.
A masturbação é uma forma de expressão sexual normal e natural da infância. Não é, de forma alguma, sinal de patologia ou problema. Se não existir nenhum tipo de repressão por parte do meio envolvente, o desenvolvimento normal será o descrito acima.
Encontros sexuais criança – criança
O desenvolvimento sexual dos bebés e jovens crianças, tem as mesmas características do desenvolvimento dos outros comportamentos infantis.
Assim, nos primeiros tempos o comportamento sexual é tipicamente centrado no próprio e de tipo masturbatório. Só mais tarde é que se começam a desenvolver comportamentos afectivos ou sexuais que envolvem outra pessoa, do mesmo sexo ou de sexo oposto.
Experiências sensuais não genitais
Ser acariciado e embalado pode ser uma experiência terna e sensual. De facto experiências deste tipo desde tenra idade podem influenciar as reacções à intimidade e comportamentos carinhosos na idade adulta.
Parece verificar-se no entanto, que em relação a este aspecto as crianças dividem-se em dois grupos: as crianças que gostam de ser acariciadas e as crianças que mostram um certo desconforto e rejeição ao contacto físico, o que indicia dois padrões diferentes de personalidade.
Vinculação
A qualidade do relacionamento com os pais desde tenra idade pode ser de grande importância para os relacionamentos emocional e sexual que mais tarde surjam. A vinculação é um laço afectivo que se estabelece nas horas após o nascimento e que continua pelo período da infância, adolescência e até idade adulta (com algumas modificações derivadas do próprio desenvolvimento).
A vinculação também pode ocorrer com outras pessoas da família ou muito próximas (além dos pais). A qualidade destas vinculações parece afectar a capacidade de vinculação emocional da pessoa na idade adulta.
Tomada de conhecimento das diferenças entre rapazes e raparigas
Entre os 2 anos e os 2 anos e meio, as crianças apercebem-se de que género são, masculino ou feminino. Embora de início creiam que as diferenças estão no tipo de roupa ou corte de cabelo, por volta dos 2 anos e meio têm pelo menos uma vaga ideia da existência de diferenças na zona genital e na posição adoptada ao urinar.