Passar mais tempo próximo de rios, lagos, mar e corpos de água no geral, ajuda crianças a evitar problemas de saúde mental, no futuro. Os resultados de um estudo inglês e italiano relacionam a proximidade da água a maiores índices de bem-estar.
A pesquisa, que envolveu equipas de investigadores das Universidades de Exeter, em Inglaterra e de Roma, em Itália, foi publicada na semana passada. A amostra da investigação contou com dados de 16 mil pessoas, de 18 países.
Os resultados da pesquisa revelam que o crescente distanciamento de espaços naturais pode ser um fator que condiciona a saúde mental num sentido negativo. A maioria dos participantes deste estudo que revelaram ter passado mais tempo perto de água em criança, foram os que relataram menos problemas de saúde mental, maiores níveis de felicidade, bem-estar, com menos episódios de ansiedade e depressão.
Passar mais tempo em comunhão com a natureza potencia sentimentos de calma, reduz o stress e protege contra a ansiedade e a depressão, o que pode ter consequência para a vida toda. Uma exposição infantil a áreas naturais e com água, tem efeitos muito positivos na vida adulta.
Este tipo de investigação já foi levada a cabo por outros cientistas. Um estudo da Islington Play Association, uma organização não-governamental britânica, e que envolveu três mil famílias, revelou que é muito importante as crianças passarem mais tempo a brincar fora de casa. Os resultados provaram que os adultos que tinham o hábito de se divertir em ambiente exterior quando eram pequenos, hoje apresentam níveis saúde mental bastante positivos.
“Quando as crianças passam a brincar menos ao ar livre é de se esperar que apareçam consequências no seu desenvolvimento, como prejuízos a amizades, habilidades sociais, liberdade, independência, senso de divisão, saúde mental… Como sociedade, não levamos a brincadeira a sério o suficiente”, referiu Helen Dodd, professora de Psicologia Infantil da Universidade de Exeter, uma das consultoras do estudo.
17 de outubro 2022