Que vacinas deve uma criança tomar e em que idade? Neste artigo encontra o Plano Nacional de Vacinação para bebés e crianças em vigor em Portugal à data de 2019.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde (Portugal), todas as crianças devem ser vacinadas: para se conseguir controlar uma doença, é necessária uma grande proporção de pessoas vacinadas.
A eliminação do sarampo, por exemplo, requer que pelo menos 95% das pessoas estejam vacinadas. Cada pessoa não vacinada corre o risco de adoecer e aumenta o risco de transmitir a doença na comunidade.
As vacinas atuam sobre o sistema imunitário para estimularem a produção de anticorpos contra um determinado agente infecioso, evitando que a pessoa vacinada venha a ter essa doença quando entra em contacto com aquele microrganismo.
Dar a vacina à criança
O incómodo causado pela injeção é habitualmente um desconforto momentâneo, que pode ser minorado distraindo a criança e evitando demonstrar ansiedade durante o ato vacinal.
Se o desconforto persistir, pode fazer-se uma ligeira massagem local ou aplicar um pouco de gelo, sem fazer pressão. Os bebés podem ser amamentados enquanto estão a ser vacinados ou logo depois.
Vacinação dos bebés prematuros
Os bebés prematuros têm menos anticorpos recebidos da mãe através da placenta do que as crianças nascidas com tempo de gravidez normal, pelo que as doenças podem ser mais graves nesses bebés. Assim, a vacinação não deve ser adiada, salvo indicações médicas em contrário.
Grávidas com a vacina do tétano em atraso
As grávidas que têm a vacina do tétano em atraso, podem e devem ser vacinadas contra o tétano a partir do 2º trimestre de gravidez. Esta vacina protege o bebé do tétano neonatal, uma situação gravíssima e muitas vezes fatal.
Efeitos secundários das vacinas
Em geral, os efeitos causados pelas vacinas são ligeiros e desaparecem sem ser necessário tratamento, como dor ou vermelhidão no local da injeção ou um aumento ligeiro da temperatura ou dor de cabeça.
Em raríssimos casos podem verificar-se reações secundárias mais sérias, mas os serviços de vacinação estão treinados para as controlar. De qualquer modo, como prevenção, é sempre aconselhada a permanência no serviço de vacinação por 30 minutos a seguir à administração de qualquer vacina.
Que vacinas deve a criança tomar e em que idade? Programa Nacional de Vacinação – Portugal
Vacinação universal – esquema recomendado
Nascimento
- VHB1 – Vacina contra a hepatite B
2 Meses
- VHB2 – Vacina contra a hepatite B
- Hib1 – Vacina contra a doença provocada pela bactéria Heamophillus influenza tipo b
- DTPa1 – Vacina contra a difeteria, tétano, tosse convulsa
- VIP1 – Vacina contra a poliomielite
- Pn13-1 – Vacina contra infeções por Streptococus pnueuminiae (a)
4 Meses
- Hib2 – Vacina contra a doença provocada pela bactéria Heamophillus influenza tipo b
- DTPa2 – Vacina contra a difeteria, tétano, tosse convulsa
- VIP2 – Vacina contra a poliomielite
- Pn13-2 – Vacina contra infeções por Streptococus pnueuminiae (a)
6 Meses
- VHB3 – Vacina contra a hepatite B
- Hib3 – Vacina contra a doença provocada pela bactéria Heamophillus influenza tipo b
- DTPa3 – Vacina contra a difeteria, tétano, tosse convulsa
- VIP3 – Vacina contra a poliomielite
12 Meses
- Pn13-3 – Vacina contra infeções por Streptococus pnueuminiae (a)
- MenC – Vacina contra infeções por Neisseria meningitidis C
- VASPR-1 – Vacina contra o sarampo, parotidite epidémica (papeira) e rubéola
18 Meses
- Hib4 – Vacina contra a doença provocada pela bactéria Heamophillus influenza tipo b
- DTPa4 – Vacina contra a difeteria, tétano, tosse convulsa
- VIP4 – Vacina contra a poliomielite
5-6 Anos
- DTPa5 – Vacina contra a difeteria, tétano, tosse convulsa
- VIP5 – Vacina contra a poliomielite
- VASPR-2 – Vacina contra o sarampo, parotidite epidémica (papeira) e rubéola
10-13 Anos
- Td – Vacina contra a difteria-tétano para o adulto (c)
- HPV 1,2 (b) – Vacina contra a doença por vírus do Papiloma humano (b)
Toda a vida (de 10 em 10 anos)
- Td – Vacina contra a difteria-tétano para o adulto (c)
(a) Pn13: Aplicável às crianças nascidas a partir de 1 de janeiro de 2015.
(b) HPV: Aplicável apenas a raparigas; esquema de vacinação: 0, 6 meses. No âmbito do PNV 2012, só as raparigas entre os 10 e os 13 anos de idade e até à véspera de completarem os 18 anos, podem iniciar o esquema da vacina contra o HPV gratuitamente.
No entanto, caso o médico assistente considere adequado, e de acordo com o que está referido no documento informativo desta vacina, poderá receitar a vacina a um rapaz. Neste caso, terá de ser passada uma receita e respetivo esquema, para a sua aquisição numa farmácia de oficina e dirigir-se ao seu centro de saúde para lhe ser administrada a vacina.
(c) A vacina contra o tétano tem de ser dada de 10 -10 anos durante toda a vida porque quer o tétano doença quer a vacina não dão proteção a longo prazo, pelo que é sempre necessário fazer o reforço de 10 em 10 anos. Por outro lado, esta é uma vacina que não dá a chamada imunidade de grupo – só está mesmo protegido quem tem a vacina em dia.
Para descarregar o Programa Nacional de Vacinação 2017 atualizado em 31/07/2017, clique aqui.
O Programa Nacional de Vacinação é um programa universal gratuito e acessível a todas as pessoas presentes em Portugal. Tem por objetivo proteger os indivíduos e a população em geral contra as doenças com maior potencial para constituírem ameaças à saúde pública e individual e para as quais há proteção eficaz por vacinação.
A nível individual pretende-se que a pessoa vacinada fique imune à doença ou, nos casos em que isso não é possível, tenha uma forma mais ligeira da doença quando contactar com o agente infecioso que a causa. A nível da população pretende-se eliminar, controlar ou minimizar o impacto da doença na comunidade, sendo necessário que a percentagem de pessoas vacinadas na população seja a mais elevada possível.